Quando os números parecem não ter importância para os que se consideram imbatíveis

● Elizeu Pires

Paes nomeou Vicente Guedes na Coordenadoria Geral de Integração Territorial da Secretaria municipal da Casa Civil – Foto: Reprodução/redes sociais.

Praticamente já em campanha para governador, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), encontrou o caminho do interior do estado. Tem buscado motivos para viajar e quando não encontra algum, inventa, inclusive trocando o chapéu de malandro que costuma usar no carnaval por um de boiadeiro.

Na semana passada, por exemplo, esteve no Sul Fluminense e até ajeitou, em seu governo, um emprego para o ex-prefeito da pequenina Rio das Flores, Vicente Guedes – chefe político de uma cidade que até o pleito de 2024 tinha apenas 8.970 eleitores –, nomeado desde o início do ano.

O que se tem visto nesses tempos de pré-campanha eleitoral é o líder das pesquisas de intenção de voto indo buscar longe, quando o que ele precisa estaria bem perto e poderá não estar mais disponível quando ele acordar para a realidade.

Qualquer analista, por mais que torça o nariz para a Baixada Fluminense, sabe muito bem que é nessa região que está o fiel da balança. São cerca de três milhões de eleitores, coisa grande, maior que o colégio eleitoral de vários estados, e é na Baixada que nadam de braçada políticos como Rogério Lisboa, Dr. Luizinho, Jorge Miranda, Renato Cozzolino, e um inelegível, Washington Reis – que não reúne grandes apoios fora dos limites de Duque de Caxias, mas é um nome de peso –, e agora Márcio Canella, que acaba de se colocar à disposição para uma candidatura a governador se Rodrigo Bacellar jogar a toalha, como já parece ter feito.

E por falar em números, Bacellar e esse conceito matemático abstrato parecem não se combinar tanto quando o nome dele é comparado com o do prefeito de Belford Roxo, por exemplo. O hoje todo poderoso presidente da Alerj foi o 51º deputado estadual mais votado em 2018, somando 26.135, quando Marcio Canella chegou a 110.167, ficando na segunda colocação.

Em 2022, empoderado com vários cargos e muito espaço na máquina estatal foi o oitavo colocado nas urnas com 97.822 votos, enquanto Canella teve o número de candidatura digitado por  181.274 pessoas.

Agora é esperar para ver se esse pessoal sabe fazer contas quando o assunto é a formação de chapa.

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