“Donos” da saúde querem a cabeça do secretário

Deodalto e Jair Bittencourt, respectivamente vice e presidente da Comissão de Saúde na Alerj, não gostaram da decisão do secretário

Deputados ficaram irados com fechamento de casa de saúde cheia de problemas em Belford Roxo

O secretário estadual de Saúde, Felipe Peixoto, pode estar com os dias contados no cargo. Sua cabeça passou a ser pedida depois que ele determinou o fechamento da maternidade da  Casa de Saúde Nossa Senhora da Glória, em Belford Roxo, uma unidade conveniada ao SUS que há anos apresenta problemas.  Um dos “carrascos” do secretário é o deputado Deodalto José Ferreira (PTN), ligado ao setor. Ele é dono do Hospital das Clínicas de Belford Roxo, onde, em 2010, uma equipe da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública prendeu em flagrante o falso médico Silvino da Silva Magalhães. Ainda na unidade de propriedade do parlamentar, em 2012 a dona de casa Cenira Maria dos Santos, então com 37 anos e grávida de quatro semanas, teve o útero retirado durante uma cirurgia para extrair dois supostos miomas.

Interditada há dez dias, a maternidade da Casa de Saúde Nossa Senhora da Glória continuou funcionando mesmo assim e em suas dependências foram encontradas camas enferrujadas, lençóis sujos de sangue, frascos de soro fisiológico vencidos e os próprios funcionários contam que as condições de higiene são precárias, mas nada disso parece importar ao bloco de deputados que partiu para o ataque contra o secretário que mandou a Vigilância Sanitária fazer a interdição. Além de Deodalto o próprio presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani, se incomodou com o fechamento da maternidade. Tanto que determinou que a Comissão de Saúde convocasse Felipe Peixoto para prestar esclarecimentos, e acelerou a votação de uma moção de repúdio ao secretário proposta pelo deputado Rogério Lisboa (PR)

Vice-presidente da Comissão de Saúde da Alerj, Deodalto José Ferreira disse que a maternidade precisa de mudanças e não de ser fechada, pois, segundo ele, “já existem poucas na região”. Ele defende que a Casa de Saúde Nossa Senhora da Glória seja o financiamento da unidade com dinheiro do Sistema Único de Saúde, esquecendo tratar-se de uma clínica particular que recebe dinheiro público para prestar o atendimento e aufere lucro com o seu funcionamento.

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