Até ontem a Prefeitura já havia arrecadado mais de R$ 1 bilhão
Com mais de um milhão de habitantes o município de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, tem, para o exercício deste ano, um orçamento de R$ 1,244 bilhão, mas a estimativa é de que a receita liquida não passe de R$ 950 milhões, o que é muito ruim para uma população cheia de problemas e que sofre com a piora, a cada dia, dos serviços essenciais, exatamente pela falta de recursos. A 168 quilômetros de São Gonçalo está Macaé, que tem um universo populacional cinco vezes menor e o dobro da receita, mas o prefeito Aluizio dos Santos Junior, o Dr. Aluizio, diz depender da liberação de um empréstimo de R$ 200 milhões pelo Banco do Brasil a título de antecipação de créditos futuros dos royalties do petróleo.
Em São Gonçalo o que se pergunta é quando as coisas vão melhorar. Já que se indaga na cidade do Norte Fluminense é o porquê do adiantamento dos royalties, já que a arrecadação continua dentro do previsto, tendo entrado nos cofres da municipalidade até o fim do expediente da última sexta-feira R$ 1,111 bilhão, mais da metade do orçamento de R$ 2,08 bilhões aprovado para este ano. Entre 1º de janeiro de 2013 e 22 de julho de 2016 o município de Macaé arrecadou exatos R$ 7.706.632.039,31. De acordo com o sistema de dados da Prefeitura, a receita liquida de 2013 ficou em R$ 2.072.500.011,01, chegou a R$ 2.298.200.615,57 em 2014 e caiu para R$ 2.224.270.201,54 no ano passado, queda que, segundo especialistas em administração pública, em nada compromete o funcionamento da máquina administrativa se a gestão for competente e austera.
“Macaé é uma cidade privilegiadíssima. O prefeito não pode reclamar de nada. Segundo o IBGE são pouco mais de 234 mil moradores. Isto é quase cinco vezes menos que a população de São Gonçalo, município que tem de se contentar com a metade dos recursos financeiros de Macaé. Aluizio cuida de uma população cinco vezes menor com muito mais dinheiro que o prefeito de São Gonçalo, responsável pelo bem estar de mais de 1,038 milhão de moradores segundo o IBGE”, diz o especialista em gestão pública Murilo dos Santos Neto.
Mesmo “nadando” em dinheiro e tendo feito cortes nos salários dos funcionários comissionados e reduziu o número de secretarias”, Aluizio continuou falando em crise e lutou até o fim para ver aprovado pela Câmara de Vereadores o pedido de empréstimo. Necessário, segundo ele, para a realização de obras de infraestrutura.