Foi com a melhor das intenções que Severino Rafael dos Santos, de 77 anos, se arriscou para salvar o gato de seu vizinho que estava preso no telhado de sua casa e miava desde cedo, no dia 24 de maio. O idoso colocou uma escada no muro e carregou uma outra, menor, para alcançar o bichano. Infelizmente, Severino se desequilibrou e caiu sentado no chão da varanda, sentindo fortes dores no quadril e na perna. Ele foi socorrido por vizinhos, que chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192) de Nova Iguaçu, e encaminhado para o Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI).
Na unidade, exames comprovaram que o paciente havia quebrado o fêmur esquerdo e precisaria ficar internado. “Um susto, Deus que me perdoe. Eu saio de casa às 5h20 para caminhar, como que vou fazer agora? Eu gosto de caminhar, de andar de bicicleta e agora estou nessa situação, mas vai ficar tudo bem”, explica Severino, que relembrou o episódio, contando o motivo de sua ação. “O gatinho é do meu vizinho que está internado. Não tinha ninguém para cuidar dele”.
Histórias de quedas como a de Severino têm se tornado comuns no HGNI. Para ter uma ideia, este tipo de ocorrência é a segunda principal causa de traumas, representando 13,3% do total de atendimentos, perdendo somente para os acidentes de trânsito, que incluem moto, carro e atropelamento. Em 2023, a unidade de saúde atendeu 975 pessoas que sofreram algum tipo de queda. Já nos quatro primeiros meses deste ano, foram 383 casos.
“É mais grave em idosos, pois eles têm ossos mais frágeis e problemas de saúde associados que podem levar a essas quedas. Então é mais provável que sofram fraturas ou traumatismos cranianos, que dependem de um tempo de internação e até mesmo cirurgia. Nossas equipes ficam atentas para um atendimento ainda mais minucioso à população de mais idade”, ressalta o diretor-geral do HGNI, Ulisses Melo.
São variados perfis de vítimas de quedas atendidas no HGNI. Desde trabalhadores que caem de escadas ou da laje, a pessoas que sofrem acidentes domésticos. Para isso, a equipe médica busca entender os tipos de lesões provocadas por essa queda, como fratura dos ossos do braço e da perna e traumatismos cranianos, e tratá-las. Esse paciente recebe atendimento com médicos especialistas em traumas, como ortopedistas, cirurgiões gerais, neurocirurgiões, bucomaxilofaciais e clínicos, até a definição de sua alta ou internação.
Severino soube que o gato conseguiu sair do telhado com a ajuda de outros vizinhos. “O gatinho é tão bonitinho, preto e branco, parecia até botafoguense”, conta ele, com bom humor.
(Via Ascom/PMNI)