Operação do MP contra milícia de Rio das Pedras prende 31 acusados

Entre os detidos está um policial civil encarregado das investigações sobre desabamento do prédio da Muzema

Chefe do setor de investigações da 16ª Delegacia Policial (Barra da Tijuca), o inspetor Jorge Luiz Camillo Alves (foto) foi preso na manhã desta quinta-feira (30) numa mega operação contra a milícia que controla as comunidades Rio das Pedras e Muzema, na Zona Oeste do Rio. Ele foi flagrado em conversas telefônicas com o policial militar Ronnie Lessa, acusado de executar a vereadora Marielle Franco. Ao todo, até às 12h, haviam sido presos 31 acusados pelo Ministério Público de pertencerem a um dos grupos criminosos mais fortes do estado. Chamado de “Amigo da 16”, Luiz Camilo era responsável pelas investigações do desabamento de um prédio dos milicianos na localidade de Muzema.

A operação Intocáveis II foi realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, através do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado, com apoio das polícias Civil e Militar, para cumprir mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra 45 denunciados de integrar milícia com atuação em Rio das Pedras, Muzema e adjacências.

De acordo com o MP, “desde 5 de junho de 2014, e até a presente data, os denunciados, sob a liderança de Dalmir Pereira Barbosa, Paulo Eduardo da Silva Azevedo e Epaminondas Queiroz de Medeiros Júnior (vulgo ‘Capitão Queiroz’), constituíram organização marcada pela prática de vários crimes, como grilagem, construção, venda e locação ilegais de imóveis, posse e porte ilegal de arma de fogo, extorsão de moradores e comerciantes com a cobrança de taxas referentes a ‘serviços’ prestados, ocultação de bens adquiridos com as atividades ilícitas por meio de ‘laranjas’, pagamento de propina a agentes públicos, agiotagem, utilização de ligações clandestinas de água e energia nos empreendimentos imobiliários ilegalmente construídos, dentre outros”.

Ainda segundo o MP, “os denunciados não só utilizam armas de fogo para exercerem o seu domínio, mas, sobretudo, contam com a participação de agentes públicos, ativos e inativos, em especial da PMERJ e da PCERJ, com informações privilegiadas de forma a manter as atividades ilegais e, assim, se perpetuarem no crime, arvorando-se assim em poder paralelo ao Estado”.

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Lista de denunciados

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