A Rua João Farias da Silva, em Nilópolis, é uma via residencial de curta extensão e sem saída. Começa no fim da Rua Maria Inês Queiroz Lopes e é separada da Rua João da Mata Peixoto por um portão enorme. É no número 68 da pequenina rua – que fica numa região de Nilópolis considerada de risco pelos Correios – que, pelo no papel, está sediada uma empresa que vem comercializando um equipamento muito disputado no mercado em tempos de covid-19, doença provocada pelo coronavírus: respiradores.
Trata-se da EPN Manutenção e Vendas de Equipamentos Médicos, registrada no Cadastro Nacional de Pessoal Jurídica com capital social de apenas R$ 5 mil, mas que mesmo assim fez duas vendas sem licitação para a Prefeitura de Japeri pelo total e R$ 1,8 milhão, o equivalente a mais de 360 vezes o capital social que aparece no cadastro junto à Receita Federal como sendo da fornecedora.
Os atos nada transparentes sobre as compras – no quais não são informadas as quantidade adquiridas nem o valor unidade dos equipamentos – foram publicados na edição de 5 de junho do diário oficial do município. De acordo com a Dispensa de Licitação 009/2020 vai fornecer R$ 537.400,00 em “bomba infusora e equipos”, mas não mostra volume a ser fornecido nem custo unitário. A mesma falta de informação está na Dispensa de Licitação 010/2020, no valor global de R$ 1.270.000,00, citando apenas “compra de respiradores”, o que pode ser conferido aqui.
O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de Japeri.