Wilson Witzel fez de tudo para adiar julgamento e ainda tentou impedir que a sessão fosse transmitida ao vivo
O governador do Rio, Wilson Witzel vai ter de ficar mesmo 180 dias fora do cargo, isso se não for cassado pela Assembleia Legislativa, que acelerou o processo de impeachment contra ele. A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça – em julgamento que até as 18h40 ainda não tinha sido encerrada – manteve o entendimento do relator do processo, ministro Benedito Gonçalves, atingindo o quórum qualificado de 2/3 dos votos.
Além do afastamento, o Ministério Público Federal pediu a prisão do governador, mas essa foi negada por Gonçalves. Ao votar pela manutenção do afastamento, o ministro Francisco Galvão afirmou que as acusações contra o governador são graves e precisam ser apuradas.
“No momento em que vivemos, numa pandemia, onde já tivemos mais de 120 mil vítimas, é impossível que alguém que esteja sendo acusado e investigado possa continuar exercer o cargo tão importante de maior dirigente do Estado do Rio de Janeiro. Diante da gravidade dos fatos, não vejo como não referendar a decisão proferida pelo ministro Benedito Gonçalves”, sustentou Galvão.
A defesa do governador que havia recorrido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para adiar o julgamento desta quarta-feira, também apresentou pedido para a sessão não ser transmitida pelo YouTube. “Se estivéssemos sem YouTube, na chamada normalidade, como seria esse julgamento? Público. O instrumento hoje tecnológico de publicidade é YouTube, eu voto pela publicização pelo YouTube”, sacramentou Benedito.