De acordos com investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, “um dos investigados, valendo-se da condição de deputado federal, passou a deter o comando do hospital público e, em razão de seu cargo, solicitou e recebeu vantagens indevidas de empresários que tinham interesse em obter facilidades e proteção nos contratos”. O político em questão é o pastor da Igreja Mundial do Poder de Deus, Francisco Floriano, que exerceu dois mandatos, e o hospital é Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), localizado no Rio de Janeiro.
O processo resultante das investigações que começaram a ser feitas em 2017, tramitava no Supremo Tribunal Federal (STF), mas foi remetido à 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro com o fim do mandato do político. O esquema, que teria começado em 2016, durou até 2019, mas, segundo o Ministério Público Federal, atos de lavagem de dinheiro “persistem até a atualidade”. No âmbito das investigações a Polícia Federal – em apoio ao MPF – realizou ontem (9) a Operação Talha, cumprido oito mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais no Rio e em Brasília.
Segundo o MPF, “a análise dos dados bancários e fiscais dos investigados apontou para o recebimento de transferências bancárias suspeitas, de depósitos em espécie com características de fracionamento e pagamentos de boletos de despesas pessoais do agente público por meio de terceiros”.
Ainda no âmbito das investigações, o juízo da 7ª Vara Federal determinou o bloqueio de de R$ 1.772.800,42, considerando os seguintes valores: R$ 150 mil supostamente recebido “a título de propina pela influência no Into”; R$ 360,8 mil em depósitos feitos por um ex-assessor na conta bancária do ex-deputado – “entre o período de dezembro de 2016 a dezembro de 2018 – sem motivação aparente”; R$ 134.268,00 em depósitos “realizados pela irmã na conta bancária do ex-parlamentar, entre o período de dezembro de 2016 a julho de 2018, sem motivação aparente”; R$ 241.332,21 de “despesas pessoais pagas por ex-assessor, entre o período de março de 2017 a junho de 2020 e que podem configurar dissimulação de capital”.
*O espaço está aberto para manifestação do ex-deputado.
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