Elizeu Pires
Veterano no jogo político, o ex-prefeito de Resende, José Rechuan, ao que tudo indica, já se esqueceu o que significa espírito de equipe, se é que algum dia ele soube o que isso representa. Como passou os últimos anos olhando para o próprio umbigo, o político do Sul Fluminense já estaria esvaziado politicamente e, com a bola murcha, poderá ficar fora do jogo em 2022, quando ele deverá entrar em campo para tentar uma cadeira de deputado federal.
Durante a campanha para as eleições municipais de 2020, por exemplo, Rechuan teria virado as costas para os candidatos a vereador de seu próprio partido, o PSDB, optando por candidatos de outro partido. Em relação à eleição majoritária de Resende, a cacique tucano teria embromado para gravar um vídeo de apoio à reeleição do atual prefeito, Diogo Balieiro, que venceu o pleito de lavada, mesmo sem a declaração de apoio do ex.
Há quem diga que antes de virar as costas para Balieiro e para os próprios colegas de partido, Rechuan passou toda pré-campanha na vizinha Itatiaia, tentando convencer o comerciante Irineu Nogueira a desistir da disputa pelo Executivo local e apoiar a reeleição do então prefeito Eduardo Guedes, o Dudu, cuja candidatura acabou indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determinou novas eleições no município.
Diferente do que seria de se esperar, a queda de Dudu não serviu para Rechuan se aproximar de seu colega de partido, Denílson Sampaio, que disputou a eleição de 2020 em Itatiaia pelo PSDB e sob a indiferença do ex-prefeito de Resende, alcançando a terceira colocação, com pouco menos de três mil votos. Em janeiro deste ano, Rechuan não pensou duas vezes ao desembarcar no governo interino do presidente da Câmara Imberê Moreira, que também concorre à eleição suplementar do dia 11 de abril.
Preterido por Rechuan, que escolheu Dudu e depois Imberê, Denílson acabou aceitando ser vice na chapa de Irineu para a disputa do pleito suplementar. Enquanto isso, o ex-prefeito de Resende, que deixou seu grupo político de lado depois do término de seu mandato, em dezembro de 2016, parece correr como quem sua a camisa nos últimos segundos de uma prorrogação, numa tentativa desesperada para reverter um placar adverso, embora o jogo da eleição de 2022 esteja apenas começando.
