Interrupção da primeira dose da vacinação de idosos em Itatiaia reforça suspeita de uso da Covid 19 para travar eleição suplementar

Elizeu Pires

Coautor de um extenso comunicado à presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no início de fevereiro, o médico concursado da Prefeitura de Itatiaia, e presidente do Comitê de Crise Covid 19 no município, Márcio Braga, não poupou argumentos para convencer a corte da suspensão da eleição suplementar então prevista para o próximo dia 11 de abril. O documento de 12 páginas, também assinado pelo secretário de Saúde Sérgio Paiva e pelo prefeito interino Imberê Moreira, ao que tudo indica, logrou êxito, já que os desembargadores foram unânimes ao acompanharem o voto do relator Cláudio Dell Orto pelo adiamento, sem data definida para o novo pleito, com parecer favorável, inclusive, do Ministério Público Eleitoral (MPE).

O alarde do trio junto ao TRE, pelo visto, não passaria de uma desculpa para esticar o mandato de Imberê. Tanto que a aplicação da primeira dose da vacina em idosos foi interrompida durante o feriadão de 10 dias no estado. O que se pergunta na cidade é se a pandemia já não preocupa tanto ao governo ou se o prefeito e seus especialistas estejam acreditando que o novo coronavírus vá dar um tempo em sua sanha devastadora.

De acordo com o calendário da própria Prefeitura de Itatiaia, os idosos a partir 71 anos, só receberão a primeira dose do imunizante no dia 5 de abril. Essa “tranquilidade” de quem aparentemente não está tão preocupado com a vacinação, pelo andar da carruagem, é o antidoto que Imberê precisa para tentar melhorar a imagem de seu governo e entrar na disputa na eleição suplementar.

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