Elizeu Pires

A arrogância do prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis vai acabar custando caro ao MDB, partido no qual age como dono e senhor da vontade dos demais integrantes. Esse é o raciocínio de políticos de várias legendas, com base na Baixada Fluminense e no interior do estado. Nos próximos dias a legenda deverá ficar menor com a saída do prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, que está de malas prontas para embarcar rumo ao PSL, que, ao que tudo indica, terá mais dois parlamentares, a deputada federal Daniela Carneiro, e o estadual Márcio Canela, que deverão aguardar a abertura da janela partidária, em março de 2022, evitando o risco de serem enquadrados por infidelidade partidária.

Chamado pelos seus de “Rei da Baixada”, Washington leva o título a sério, apesar de os números serem muito mais favoráveis ao prefeito Waguinho, que em 2018 conseguiu eleger dois deputados com mais do dobro da votação dos irmãos de Reis, Rosenverg (estadual) e Gutemberg (federal). No ano passado Waguinho voltou a dar um banho no prefeito de Caxias, ao ser reeleito com 80,40% dos votos apurados, enquanto WR ficou nos 52,55% e só foi declarado reeleito depois de uma liminar salvadora do ministro Gilmar Mendes.

Inelegibilidade – Até dezembro do ano passado o prefeito de Duque de Caxias vinha trabalhando nos bastidores para conseguir emplacar uma candidatura ao governo do estado. Foi aconselhado a abandonar a ideia por conta dos conflitos desnecessários que provocou nas eleições, quando, superestimando seu cacife, se meteu em vários municípios, achando que conseguiria ganhar algumas prefeituras. Passou vergonha em todas as cidades e ganhou adversários desnecessariamente. Agora sonha com um mandato de senador, mas tem um problemão.

É que em 16 de março, por unanimidade, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou os embargos de declaração impetrados pela defesa dele para manter suspensos os efeitos de uma condenação a sete anos de prisão por prática de crime ambiental.  A pena, acrescida de inelegibilidade, estava suspensa por uma liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes em novembro de 2020, decisão monocrática que permitiu que ele fosse declarado reeleito e pudesse ser empossado para mais quatro anos de mandato. Com a decisão do STF WR fica inelegível pelo menos por oito anos.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria.