● Elizeu Pires
Gerido por uma instituição de direito privado, o Hospital Armando Vidal, em São Fidelis, no interior do estado do Rio de Janeiro, está precisando de melhor atenção por parte da Secretaria Municipal de Saúde, órgão responsável pela fiscalização do atendimento prestado a população. Moradores da cidade reclamam que estaria faltando até alimentação para os pacientes e materiais de consumo, porque o prefeito Amarildo Alcantara (Solidariedade), que já foi funcionário da entidade, estaria retendo os recursos.
De acordo com uma fonte ligada ao hospital, “a situação é grave”. No Portal da Transparência do município aparece um único pagamento à instituição, o repasse de R$ 500.314,30, feito no dia 25 de maio para a para a associação que administra o hospital, no âmbito de uma decisão judicial tomada no processo 0001217-85.2021.9.19.0051.
Os moradores de São Fidelis lembram que o ex-auxiliar de laboratório Amarildo Henrique Alcantara usou o nome do HAV para se eleger em 2016, se apresentando aos eleitores como “Amarildo do Hospital”, mesmo nome de urna adotado nas eleições de 2020, mas hoje não estaria se esforçando o suficiente para garantir o funcionamento da unidade. Em 2016 Amarildo atingiu 48,40% dos votos apurados (10.691) e no pleito do ano passado foi reeleito com votação menor: 8.779 votos, 38,02%.
Intervenção – Em fevereiro de 2017, quando decretou intervenção na Associação Hospitalar Armando Vidal, Amarildo citou como dever constitucional a promoção de “medidas políticas sociais e econômicas no exercício da administração da saúde pública”, mas aos olhos de quem acomanha hoje a situação do hospital, o tal dever teria ficado apenas no papel no qual o Decreto Nº 3.465, de 22 de fevereiro de 2017, com validade de 24 meses, foi impresso.
Dois anos depois da intervenção, enquanto muitos funcionários e ex-funcionários lutavam para receber salários e verbas idenizatórias, o ex-auxiliar de laboratório fez um acordo com a instituição no âmbito de uma ação trabalhista para receber seus direitos em 20 parcelas no valor de R$ 5 mil.
O temor cidade é pelo futuro da instituição que estaria vivendo sua maior crise desde a sua fundação em 1934. Usuários revelam que exames de Raio-X e tomografia estariam sendo desmarcados e que médicos e enfermeiros estariam almoçando em lanchonetes próximas, por que fornecedores de alimentos do hospital estariam há três meses sem receber, e nem a folha de pagamento dos funcionários estaria sendo quitada em dia.
*O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de São Fidelis.