Intimidação das Forças Armadas vira fiasco e tiro sai pela culatra

PEC do voto impresso é reprovada pela Câmara dos Deputados, que impôs fragorosa derrota ao presidente Jair Bolsonaro

● Elizeu Pires

O velho tanque do Exército soltou fumaça como um mata-mosquito

A “invasão” da Praça dos Três Poderes pelas sucatas das Forças Armadas verificada na manhã desta terça-feira (10), com um desfile de veículos militares visto como tentativa de intimidação ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF), foi um verdadeiro fiasco. E se o propósito foi mesmo o de pressionar pela aprovação da PEC do voto impresso, o presidente Jair Bolsonaro passou foi vergonha: a proposta, apreciada em plenário, foi reprovada. O que se espera agora é que o presidente respeite a decisão democrática e pare de ameaçar as eleições.

Fazendo uma vergonha atrás da outra e usando argumentos mentirosos para sustentar suas acusações de fraude, Jair Bolsonaro chegou a dizer que não haverá eleição se o voto não for impresso. O problema é que ele não tem poder nenhum para isso, e o máximo que poderia tentar é um golpe, arrastando de vez para a desonra os militares que insistem bater palmas para maluco dançar.

Fumaça e vergonha – General do Exército, o vice-presidente Hamilton Mourão recursou-se a participar do circo montado por Bolsonaro. Não desceu para a rampa para assistir ao desfile, poupando-se do vexame de ver uma sucata blindada soltando fumaça, um velho veículo da frota da força a qual Mourão serviu por mais de 40 anos.

A passagem de blindados pela Praça dos Três Poderes queimou ainda mais a imagem do Brasil no exterior, onde o exercício militar também foi visto como tentativa do presidente em apresentar-se forte e apoiado pelas Forças Armadas, mas serviu apenas para mostrar um governante acuado pela dura realidade que ele tenta encobrir com as mentiras compartilhadas por sua milícia digital.

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