Jogando contra a população

Secretaria de Meio Ambiente de Magé embarga obra que garantiria água aos moradores de Mauá e Suruí

Elizeu Pires

Orçado em R$ 50 milhões, o projeto de ampliação do sistema de abastecimento de água para Magé está parado. A Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, interditou a obra e apresentou uma lista com 16 exigências, mesmo, segundo técnicos do setor, a obra não apresentando nenhum dano ambiental. Contratada pelo governo do estado para executar o projeto, a empresa Sanerio Engenharia, que instalou seu canteiro no bairro Maria Conga, já investiu cerca de R$ 10 milhões na compra da tubulação, mas não está conseguido trabalhar por conta do embargo determinado pelo secretário Valdeck Ferreira de Matos a partir de um laudo emitido pela diretora de Meio Ambiente, Ana Paula Pacheco.

Segundo um representante da empresa, a obra vem encontrando dificuldades impostas pela Prefeitura há muito tempo. Primeiro foi a demora para a assinatura do convênio com o governo estadual pela negativa da então prefeita, Núbia Cozzolino. Depois foi com a liberação para o início dos trabalhos e agora com esse embargo. “Não sei o que está acontecendo, mas acho que os moradores, principalmente as famílias residentes em Suruí e Mauá, os mais prejudicados, precisam de uma satisfação por parte da Prefeitura, que está inviabilizando a continuação das obras”, disse.

As obras foram lançadas pelo governador Sérgio Cabral e pelo presidente da Cedae, Wagner Victer, no dia 22 de junho de 2009. A prefeita Núbia Cozzolino não compareceu a solenidade. Foi representada pelo então presidente da Câmara, Anderson Cozzolino e pelo vice-prefeito Rozan Gomes, que ouviram o governador destacar a importância do projeto e a grande relevância social do empreendimento agora embargado. Naquele dia Cabral afirmou em seu discurso que “o novo sistema de abastecimento de água das localidades de Mauá e Suruí possibilitará que essas localidades tenham fornecimento de água contínuo e de boa qualidade durante todo o ano, inclusive, nos períodos de estiagem, beneficiando cerca de 95 mil habitantes”.

Os R$ 50 milhões destinado às obras foram garantidos por uma parceria entre o Estado e a União, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).  O projeto consta da construção de uma estação de tratamento com capacidade para produzir 26 milhões de litros de água por dia, além do assentamento de uma adutora de água bruta de 3.480 metros de extensão e de outra adutora de água tratada de 19.820 metros de extensão.

“Além disso, serão construídos três reservatórios, sendo que um no Centro com capacidade para armazenar cinco milhões de litros, um segundo de três milhões de litros em Mauá e um terceiro de 1,5 milhão em Suruí. Ainda está prevista a implantação de 206 mil metros de rede de distribuição e a instalação de 9.640 ligações domiciliares”, disse o Cedae, Wagner Victer, naquela segunda-feira de junho de 2009.

Atualmente a população de Magé é abastecida de água por dois precários sistemas, os de Santo Aleixo e Paraíso, que ainda colaboram com a localidade de Itambí, em Itaboraí. Na localidade de Suruí os moradores sofrem com a pequena rede de distribuição e com a igualmente pequena unidade que capta água do Rio Suruí. Já em Mauá, os moradores se servem de poços, pois não contam com sistema normal de abastecimento.

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