Belford Roxo decreta estado de calamidade pública por falta de dinheiro
Com as contas no vermelho o município de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, está em estado de calamidade pública financeira. Decreto nesse sentido foi assinado pelo prefeito Adenildo Braulino dos Santos, o Dennis Dauttmam (PCdoB), determinando a racionalização dos serviços públicos e cortes em todos os setores. Estão proibidas novas contratações de serviços, nomeações e concessões de benefícios, bem como convocações de aprovados em concurso público. Também está suspenso o pagamento de dívidas contraídas nos exercícios anteriores e foi determinado o corte de gastos correspondente ao mínimo de 35% do efetuado do primeiro semestre. A crise financeira desestruturou toda a máquina administrativa de Belford Roxo, que está sem condições até de pagar o salário dos servidores, que não tem mais dia certo para receber e muitos não recebem seus vencimentos há quatro meses.
Segundo dados do sistema da Prefeitura, desde o primeiro ano da atual gestão que o município vem gastando mais do que arrecada. O único ano em que a receita superou as despesas foi 2015, mas a diferença não serviu para equilibrar as contas. No exercício fiscal do ano passado o município arrecadou R$ 561.679.571,99 e os gastos somaram R$ 550.025.703,09. Foi registrado um saldo positivo de R$ 11.653.868.90, mas o valor não é foi suficiente para cobrir o déficit verificado nos exercícios de 2013 e 2014. Ao todo, entre janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2015 Belford Roxo teve uma receita consolidada em R$ 1.694.974.004,80 e as despesas do período somaram R$ 1.703.307.852,34, um déficit de R$ 8.333.847,54.
De acordo com o sistema da Prefeitura, em 2013 o município arrecadou R$ 540.717.898,70 e gastou R$ 551.845.184,51, R$ 11.127.285,81 a mais. No ano seguinte, aponta o sistema, a receita foi de R$ 592.576.534,11 e foram gastos R$ 601.436.964,74, gerando um déficit de R$ 8.860.430,63. Sobre o exercício deste ano o sistema da Prefeitura só revela até agora a receita referente aos seis primeiros meses, o total de R$ 313.972.097,20, um pouco menos da metade de uma previsão orçamentária fixada em R$ 629.435.782,00.