Maior doador da campanha de Aluizio é citado na Lava Jato

Então deputado federal pelo PV, em 2012 Aluizio foi para as ruas se apresentando como o candidato da mudança

Marcos Antônio Cahu Lauria fez dois repasses declarados no total de R$ 195 mil

Cinco meses após a divulgação de uma lista com cerca de 300 nomes de políticos que teriam recebido da Odebrecht recursos supostamente não declarados para a campanha eleitoral de 2012, entre eles os prefeitos de Rio das Ostras e Macaé, Alcebíades Sabino dos Santos (PSDB) e Aluizio dos Santos Junior, o Dr. Aluizio (PMDB), o nome do prefeito macaense voltou a ser citado por doação feita por investigados na operação Lava Jato na mesma campanha, mas desta vez o repasse aparece como declarado nominalmente à Justiça Eleitoral.

De acordo com a prestação de contas da campanha do então candidato a prefeito pelo PV, o empresário Marcos Antônio Cahu Lauria – um ex-funcionário da Petrobras com atuação em Macaé – foi o maior doador pessoa física para Aluizio naquele ano, tendo repassado R$ 195 mil em duas remessas, uma de R$ 180 mil no dia 31 de agosto de 2012 e outra de R$ 15 mil em 13 de setembro, conforme consta na quinta folha da declaração de doadores para campanha de Aluizio do Santos Junior naquele pleito.

Marcos Antônio Cahu Lauria é citado nas investigações como intermediário em contatos com o doleiro Alberto Youssef em favor de uma empresa que tinha contrato com a Petrobras. Em um dos inquéritos da Operação Lava Jato o sócio majoritário da empresa Ecoglobal, Vladimir Magalhães Silveira é  – que assinou contrato de R$ 443 milhões em julho de 2013 para realizar testes de viabilidade de poços com a Petrobras – contou que o contato entre a sua empresa e a Quality (que é apontada como uma das empresas de fachada do doleiro) foi feito por Marcos Antonio, que por sua vez era sócio da Gasoil, que também tinha contrato com a Petrobras.

A chamada “Lista dos 300” surgiu em março deste ano e foi apreendida pela Polícia Federal na casa do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Júnior e causou um alvoroço danado. Na época Sabino afirmou que não fazia sentido ele receber doações da empresa, porque sempre teria se posicionado contra a parceria público privada firmada entre a empresa e o município de Rio das Ostras em 2007. Entretanto, em setembro de 2004, último ano do segundo mandato de Sabino, a Prefeitura que voltou a ser comandada por ele em janeiro de 2013 assinou com a Odebrecht um contrato no valor global de R$ 106.334.648,44 e desse total R$ 14.749.232,35 foram empenhados ainda no orçamento daquele ano. O contrato foi firmado com a empresa CBPO Engenharia, braço do Grupo Odebrecht e as obras contratadas foram a construção de um emissário submarino com 3.888 metros de tubulação, construção de uma estacão de tratamento de esgoto e elevatórias.

Sobre a “Lista dos 300” Aluizio distribuiu nota oficial no dia 24 de março dizendo que foi surpreendido ao encontrar seu nome e de outros membros do PV vinculados a doações de campanha em 2012, relacionadas à empresa Odebrecht e disse que a doação que aparece em seu nome na lista apreendida na 23ª fase da Operação Lava Jato teria sido feita ao PV Nacional, entretanto, da Lista dos 300 o que consta é o nome dele e não a legenda PV.

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