
Moradores reclamam que secretarias agem contra o cidadão de Nova Iguaçu
O que seria um centro de monitoramento, com câmeras instaladas em pontos estratégicos para ajudar no ordenamento urbano e na segurança pública passou a funcionar como um caça-níqueis, ampliando a indústria da multa de trânsito em Nova Iguaçu. Somou-se a isso um tal de “choque de ordem”, operações conjuntas para rebocar carros, promovidas 24 horas por dia pelas secretarias de Ordem Pública e de Mobilidade Urbana, órgãos que se forem extintos não farão falta alguma, pois, de acordo com alguns moradores da cidade, funcionam pautados pelo bem entender dos secretários e atuam contra o cidadão. O resultado do que moradores chamam de exagero por parte das duas secretarias, no entender de boa parte dos eleitores iguaçuanos, é a causa do alto índice de rejeição atribuído ao prefeito Nelson Bornier: em pesquisa divulgada no último dia 12 pelo Ibope 56% dos entrevistados pelo instituto disseram que não votariam em Bornier.
Enquanto vários caminhões basculantes com documentação atrasada e em mau estado de conservação circulam livremente pelas ruas do centro e dos bairros adjacentes transportando lixo e entulho, a frota da DBS Reboques e Locações faz a festa. A empresa fatura alto com o serviço de reboque e com a exploração do depósito público, recebendo em média R$ 500 por cada veiculo, já que os carros ficam no mínimo três dias recolhidos, tal é a burocracia para a liberação. “Bornier terceirizou nossas ruas para uma empresa explorar estacionamento, entregou à outra o controle do trânsito e transformou em negócio lucrativo a chateação causada aos motoristas. Acho que quem estaciona sobre as calçadas e em pontos inapropriados tem mais é que ter o veiculo rebocado mesmo. O problema é que tem se verificado abusos e omissão, já que os agentes fingem não ver as sucatas alugadas pela Codeni e a Emlurb”, reclama um comerciante.
O que irrita o cidadão é o fato de veículos particulares serem rebocados a qualquer pretexto, enquanto ônibus, vans e kombis do transporte alternativo param em qualquer lugar, fazem filas duplas diante dos agentes, além de caminhões caçambas caindo aos pedaços que transitam sem nenhuma objeção por parte dos agentes envolvidos nas operações. Na verdade, o que o governo chama de ordem virou um grande negócio para a DBS, que em uma conta do Bradesco recebe os valores cobrados pelo reboque dos carros e a estadia no depósito localizado numa das margens da Rodovia Presidente Dutra, em Nova Iguaçu.
Quanto ao monitoramento eletrônico das ruas, ele é feito pelo Centro de Operações de Nova Iguaçu (Conig), inaugurado no dia 22 de março pela Prefeitura, para, segundo o prefeito Nelson Bornier, reforçar a segurança, o que não é verdade: em abril bandidos fortemente armados fizeram um arrastão nas Avenidas Roberto Silveira e Araguaia, vias importantes da cidade, monitoradas, assim como toda a região central, pelo Conig, que em nada ajudou.
Os bandidos levaram carros, jóias, dinheiro, celulares e a polícia, apesar do fácil acesso e da monitoração, só chegou ao local muito tempo depois da fuga dos marginais.