Chiquinho vai às ruas pelo poder indireto em Araruama

Inelegível, Chiquinho posiciona-se nas ruas como se fosse ele o candidato e não a esposa (Reprodução/Facebook)

Inelegível e cheio de contas a acertar, ex-prefeito quer eleger a esposa

“Vota que ele volta”. É isto que os eleitores de Araruama estão ouvindo desde o dia 16 de agosto, quando a campanha eleitoral foi iniciada oficialmente. O slogan é uma indireta do ex-prefeito da cidade, Francisco Carlos Fernandes Ribeiro, ex-Chiquinho do Atacadão e agora Chiquinho da Educação que, inelegível, comanda a campanha de Lívia Soares Bello da Silva, a Lívia de Chiquinho, candidata a prefeita pelo PDT. Embora já tivesse em campanha velada há pelo menos quatro anos – tempo que gastou atacando os políticos da cidade que, ao contrário dele, estão em condições legais de disputar as eleições municipais e não precisaram lançar um substituto – Chiquinho começou a espalhar pelas ruas o que ele apresenta como o “renascer de Araruama”, esquecendo-se de que no município não há ninguém mais ultrapassado e desgastado pelo jeito de governar e de fazer política que ele.

O ex-prefeito é alvo de mais de uma centena de processos, a maioria de execução de dívida ativa, cobrança judicial. Também há uma extensa lista de pendências com o Tribunal de Contas e pelo menos três condenações por improbidade administrativa, uma delas pelo uso de mão de obra da Prefeitura na reforma de uma casa em Búzios. Só neste processo ele pegou dez anos de inelegibilidade, mas transita pelo município como se não tivesse nenhuma conta a acertar. Além disto, o jeito agressivo do ex-prefeito tem assustado quem ouve seus discursos e participam de suas reuniões. “Se tiver que bater eu bato, se tiver que dar porrada eu dou mesmo”, costuma dizer.

Prefeito de Araruama por dois mandatos consecutivos, Chiquinho foi condenado em 2012 a dez anos de inelegibilidade pelo juízo da 1ª Vara Civil da comarca local, em ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério contra ele e o então secretário de Obras, Luiz Ricardo Guedes. A condenação foi porque Chiquinho usou servidores da Secretaria Municipal de Obras na reforma de sua casa de praia, em Búzios, o que foi comprovado durante inquérito civil público, que apurou ainda que Luiz Ricardo coordenou os serviços e indicou os servidores que os executaram.

Durante o trâmite do processo pedreiros, ajudantes, pintores e eletricistas, todos servidores da Prefeitura de Araruama, declararam que “iam bem cedo de Araruama para Búzios, saindo de lá tarde” e que “quando os funcionários iam a Búzios, a equipe ficava desfalcada”.  Na época, ao proferir a sentença, a juíza Alessandra de Souza Araújo pontuou que Chiguinho respondia a várias outras ações civis públicas e a mais de 30 execuções fiscais (processos de cobrança) que tramitavam no Cartório da Dívida Ativa de Araruama. Além dos dez anos de inelegibilidade o ex-prefeito foi condenado a pagar multa em favor do município no valor de duas vezes o salário por ele recebido em 2006.

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