Com duas vezes mais recursos que cidades com universo populacional maior, Rio das Ostras sofre com gestão ruim, dizem por lá

● Elizeu Pires

De acordo com o IBGE, o município de Mesquita, na Baixada Fluminense, tem cerca de 180 mil habitantes. Segundo dados do Demonstrativo de Distribuição da Arrecadação do Sistema de Informações do Banco do Brasil (SISBB), a cidade governada pelo prefeito Jorge Miranda recebeu a soma de R$ 193,9 milhões em repasses constitucionais durante 2021, e R$ R$ 152.772.979,39 entre 1º de janeiro e 31 de outubro deste ano. Enquanto Miranda é um dos gestores mais bem avaliados no estado, Rio das Ostras, município do prefeito Marcelino Borba, o Marcelino da Farmácia, sofre com o que é classificado por lá como “um péssimo governo”, apesar de a cidade ter muito mais dinheiro e um universo populacional menor.

Os números de Rio das Ostras só são superiores aos de Mesquita em arrecadação. Enquanto a cidade mais jovem da Baixada Fluminense vive uma realidade de melhorias em vários setores e crescimento em qualidade de vida, Rio das Ostras amarga estagnação e problemas sérios em setores básicos como o de Saúde, por exemplo, o que leva observadores mais atentos a uma lamentável constatação: trata-se de uma pobre cidade rica.

Um governo de R$ 3,6 bilhões – Pelo que informa o IBGE, Rio das Ostras tem quase 160 mil habitantes, 20 mil a menos que Mesquita. Em 2021 a gestão de Marcelino da Farmácia contou com R$ 404,5 milhões em transferências constitucionais a completarem uma arrecadação líquida de R$ 851,7 milhões no ano passado. Este ano os repasses constitucionais somam R$ 431,3 milhões de janeiro a outubro, levando o município a uma receita líquida de exatamente R$ 864.084.453,00 no período.

Marcelino foi eleito em pleito suplementar realizado em junho de 2018. Assumiu em julho e até 31 de dezembro daquele ano contou com R$ 177,7 milhões em transferências constitucionais. A receita líquida da Prefeitura de Rio das Ostras naquele ano chegou ao total de R$ 632.912.539,68, subindo a R$ 637.972.550,82 no ano seguinte e caindo para R$ 628.948.885,53 em 2020.

Em 2021 cresceram as transferências constitucionais e as outras receitas e o município obteve uma arrecadação líquida de R$ 826.344.587,53, soma já superada e 2022, embora o ano ainda não tenha acabado. A estimativa é que a Prefeitura arrecade cerca de R$ 1 bilhão, pois entre 1º de janeiro e 31 de outubro a receita líquida somou R$ 864.084.865,16.

Ao todo, de 1º de janeiro de 2018 a 31 de outubro de 2022, a administração municipal de Rio das Ostras teve uma arrecadação líquida de quase R$ 3,6 bilhões.

*O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de Rio das Ostras.

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