Reprovados em concurso são os primeiros colocados em Japeri

Resultado de processo seletivo simplificado causa revolta e gera denúncias

O prefeito Carlos Moraes Costa (foto) tem apoio da ampla maioria na Câmara de Vereadores, onde não vem sendo questionado em nada até agora, mas mesmo assim o núcleo do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação em Japeri protocolou na Casa um pedido para que seja investigado todo o trâmite do processo seletivo simplificado realizado pela Prefeitura para preencher – com contratações temporárias – praticamente as mesmas vagas oferecidas em concurso público de ampla concorrência feito no ano passado, cujo resultado final vem sendo ignorado. Ao comparar a lista dos aprovados na seleção fechada com as listagens do certame aberto, a representação local do sindicato deparou com situações no mínimo estranhas, como, por exemplo, a de uma candidata reprovada no concurso para a função de agente administrativo, que ficou em primeiro lugar para Professor nível 1 (com habilitação em português) na seleção simplificada e o caso de um candidato que ficou na 213ª posição no concurso amplo para inspetor de aluno e foi aprovado para professor de português na 4ª colocação no simplificado.

De acordo com os documentos aos quais o elizeupires.com teve acesso, 62 candidatos reprovados no concurso amplo ou classificados nos últimos lugares ocupam posições destacadas na seleção fechada. Na escolha de professores de matemática foram aprovados dois candidatos classificados na rabeira nas provas fechadas para inspetor de alunos e agente administrativo. Entre os selecionados agora como Professor Nível II tem uma candidata reprovada para inspetor e aluno e duas classificadas nos 178º e 300º lugares para o cargo de merendeira. Entre outras posições questionadas pelo Sepe está a 2ª na classificação para tradutor e intérprete de libras, ocupada por uma candidata reprovada como agente administrativa e a 2ª de professor de apoio pedagógico a alunos surdos, que fez concurso fechado para vigia e ficou em 312ª lugar.

No entender da coordenadora do Sepe no município, Ana Célia Silva, que assinou o documento entregue à Câmara Municipal, o processo seletivo simplificado da Secretaria de Educação “não seguiu as regras dispostas em edital, faltando transparência com o resultado para selecionar os candidatos, visto faltar a publicação da pontuação dos mesmos”. Ela citou ainda o caso da candidata Ana Letícia Leal, que mesmo com doutorado e capacitação para figurar na cabeça da lista, foi desclassificada, embora o critério adotado para a escolha de professor de português foi a pontuação alcançada em “formação” e “experiência profissional”.