Turismo de curta distância pode reforçar economia na Baixada

Sebrae vai oferecer capacitação técnica aos municípios da região

De acordo com a Organização Mundial do Turismo, a partir de 2020, 80% do turismo feito no mundo será constituído por viagens de curta distância, o que já é realidade na França, onde 80% dos 83,7 milhões de visitantes que por lá circulam estão a menos de quatro horas de viagem da capital. Pensando nisto o Sebrae está se preparando para fazer no estado do Rio de Janeiro, o que vem desenvolvendo no Distrito Federal e nos estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e em Goiás, através do projeto Brasil Central Turismo. A instituição vai oferecer capacitação técnica aos municípios da Baixada Fluminense, região com grandes atrações naturais e históricas, como as verificadas em Magé, por exemplo, que ao lado de Duque de Caxias, Mesquita, Japeri, Nilópolis, São João de Meriti, Belford Roxo, Seropédica, Queimados e Nova Iguaçu, fará parte do projeto.  A proposta une as prefeituras da região e a Companhia de Turismo do Rio de Janeiro (TurisRio) – órgão do governo estado – em torno de um calendário regional de eventos, com as festas típicas das cidades, como a da amora, em Seropédica, e a do caranguejo, em Magé, destacadas pela TurisRio durante o Fórum Regional de Fortalecimento do Turismo, realizado em Duque de Caxias.

O programa desenvolvido pelo Sebrae visa beneficiar pequenos negócios integrantes da cadeia produtiva do turismo, como meios de hospedagem, alimentação de interesse turístico; operação,  agenciamento e transportes turísticos, além de empresas de entretenimento e lazer e produção associada ao turismo, oferecendo ainda soluções para facilitar o acesso a serviços de inovação e tecnologia e gestão empresarial, em consultorias e capacitações focadas na melhoria da gestão e no aumento da produtividade e competitividade dos pequenos negócios.

Com 452 anos de fundação, o município de Magé é parte importante da história do país e não só por conta da primeira ferrovia, inaugurada em 1854, resultado dos esforços do empreendedor Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá. Magé tem um importante acervo arquitetônico, formado por igrejas como a Matriz de Nossa Senhora da Piedade, além do Caminho do Ouro, uma trilha aberta em 1724 por Bernardo Soares de Proença.

Em Magé está ainda um importante sítio arqueológico, formado por ruínas do que era a Vila Estrela, onde, até 1860 funcionou o porto mais movimentado da província.  Na área que a 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Magé quer ver tombada, ainda restam as ruínas da Capela de Nossa Senhora da Estrela, da Casa de Três Portas e do Porto da Estrela. A vila foi, até 1850, a 23ª localidade da província em renda e contava com seis companhias da Guarda Nacional, seis médicos, um engenheiro civil, três alfaiates, quatro carpinteiros, um ferreiro, dois padeiros e um juiz. A decadência do lugar veio com a inauguração da primeira ferrovia da América do Sul, quando começou a operar a estrada de ferro ligando o porto de Guia de Pacobaiba a Vila Inhomirim, mas o fim mesmo do lugar que sobreviveu ao cólera, se deu a partir da abolição da escravatura: a falta de mão de obra para a limpeza dos rios e abrir os canais de drenagem, contam historiadores, “ocasionou o aparecimento de brejos e, com eles, a proliferação dos mosquitos da malária e de outras doenças”.

Esvaziada economicamente, a Vila Estrela teve o seu fim no dia 9 de maio de 1891, quando um decreto assinado por Francisco Portela, transferiu a sede para a localidade de Raiz da Serra, “batizada” então de Vila Inhomirim.

  

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