Empresa do “apagão” fatura alto em Rio Bonito

José Luiz Alves Antunes optou por não fazer licitação para a tal “gestão informatizada” que aumenta os custos

E nem precisou de participar de uma licitação para isso

A empresa Compillar Entretenimento Prestadora de Serviço, cujos representantes foram presos na semana passada na Operação “Apagão” realizada pelo Ministério Público e indiciados por organização criminosa sob acusação de fraude no município de São Gonçalo – junto com o ex-prefeito Nailton Mulim e outros ex-membros do governo – recebeu, no primeiro semestre, R$ 425.678,70 dos cofres da Prefeitura de Rio Bonito e deverá embolsar mais R$ 574.231,70, pois o valor estimado pela Secretaria de Obras para cinco meses é de R$ 1 milhão, conforme consta do Processo Administrativo 966/2017, mesmo sem ter participado de um processo licitatório.

É que o prefeito José Luiz Alves Antunes, o Mandiocão, em vez de realizar um pregão para escolher uma prestadora de serviços para fazer a manutenção do sistema de iluminação pública, optou por aderir  uma ata de registro de preços, pegando “carona” no resultado de uma concorrência realizada pelo município de Iguaba Grande em 2016 e que está sendo questionado até hoje, pois algumas firmas interessadas em concorrer alegam que tiveram dificuldades em retirar o edital para se habilitarem ao certame.

Embora na prática considerado um serviço comum, o oferecido pela Compillar acaba ficando mais caro, porque no objeto das licitações das quais a empresa participa é inserido uma tal de “gestão informatizada”, que na verdade nada mais é do que uma linha telefônica de uma central de registros através da qual os moradores podem se comunicar e fazer reclamações sobre pontos de iluminação apagados. No caso específico de São Gonçalo o Ministério Publico constatou que um serviço que custava R$ 5,8 milhões por ano passou para R$ 15,5 milhões, com a suposta gestão informatizada elevando o custo em mais de 200%.

No mês passado a Prefeitura de Silva Jardim anunciou a implantação da “gestão informatizada”, com a mesmíssima empresa, um contrato que também já foi colocado sob suspeita e a prestação do serviço está sendo acompanhada pela única voz de oposição na Câmara Municipal, a vereadora Ana Kelly Xavier.

 

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