OS que estaria a caminho de Nova Iguaçu pode estar ligada ao mesmo grupo do IMP, que está sob investigação do Ministério Público

● Elizeu Pires

Aberta em 2019 e instalada inicialmente na Rua Alcindo Guanabara, no centro do Rio e hoje sediada na Rua Prefeito José Paixão, em Mesquita, na Baixada Fluminense, a empresa Blauberg Gestão de Recursos Humanos que – pelo menos no papel – pertence ao cantor de bares churrascarias do Sul do estado, Patrick Giovanni Santi Goncalves de Barros, teve como sócio um empresário que já assinou pelo Centro de Medicina e Projetos Especiais (CEMPES), uma Organização Social (OS) que vem sendo muito citada nos setores de poder em Nova Iguaçu nos últimos dias, mais precisamente em ambientes da Secretaria Municipal de Saúde.

A OS CEMPS passou a ser mencionada em Nova Iguaçu dias antes de a Secretaria Municipal de Saúde lançar dois editais de seleção pública para entregar ao controle das ditas “instituições sem fins lucrativos” as unidades de atenção primária e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), e semanas depois de um cerco se fechar em torno do IMP, que passou a ser chamado de “OS sem dono”, após seu presidente negar – também em matéria veiculada pela TV Globo – ser o responsável por ela, mesmo tendo assinando contratos, termos aditivos e recursos em processos licitatórios.

Ligações no passado chamando atenção para o presente – A Blauberg, segundo a TV Globo denunciou em nova matéria, essa veiculada na noite da última terça-feira (29), faria parte de um grupo integrado por duas organizações sociais e uma firma de terceirização de mão de obra, o Instituto de Medicina e Projeto (IMP), o Instituto de Capacitação Profissional (ICAP) e a empresa Itanhangá, que assinaram vários contratos com o poder público, alguns deles, inclusive, sem licitação.

Como registros do site transparenciabr.org apontam que a Blauberg tem como donos o cantor e uma outra empresa que tem Patrick Giovanni como administrador, a PGSB Participações, associada à primeira, e que o cantor teve como sócio o empresário Ulysses Medeiros Rangel, que representou a OS CEMPES junto à Prefeitura de Barra Mansa, essa organização social acaba entrando no radar que monitora o Instituto de Medicina e Projeto, que gere duas UPAs em Nova Iguaçu e foi contratado em março sem licitação para administrar mais três por um período de seis meses.

Na verdade Ulysses aparece assinando pelo Centro de Medicina e Projetos Especiais pelo menos em duas situações. Em maio de 2019 ele assinou um termo aditivo ao contrato de gestão 001, firmado entre CEMPES e a Secretaria Municipal de Saúde de Barra Mansa, e em outubro de 2021, ao lado da presidente da OS, Marilena Aparecida de Medeiros, ele assinou, como secretário, a ata de uma reunião na qual foi aprovada a mudança da sede da instituição de Guapimirim para Barra Mansa.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria

Matéria relacionada:

OS que atua em Barra Mansa estaria a caminho de Nova Iguaçu, onde a saúde virou um bom negócio para entidades ditas sem fins lucrativos

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.