● Elizeu Pires
Menos de um mês após a veiculação da matéria OS que atua em Barra Mansa estaria a caminho de Nova Iguaçu, onde a saúde virou um bom negócio para entidades ditas sem fins lucrativos, o secretário Luiz Carlos Nobre Cavalcanti assinou o reconhecimento do Centro de Medicina e Projetos Especiais (CEMPES), como organização social, o que garante a participação dessa instituição nos dois processos de seleção nos quais está sendo oferecida a administração das unidades de saúde primária e a gestão do o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), nos quais estão sendo oferecidos contratos que podem chegar a cerca de R$ 300 milhões..
Os processos de seleção estão marcados para este mês, mais precisamente nos dias 19 e 28, e o nome da OS agora reconhecida pela Secretaria de Saúde passou a ser citado nos ambientes de poder no município semanas depois de um cerco se fechar em torno do Instituto de Medicina e Projeto (IMP), que está sob investigação e ainda tem contratos com o Fundo Municipal de Saúde.
Reconhecimento – Datada de 13 de setembro, a portaria que qualifica o CEMPES foi publicada na edição de ontem (14) do Diário Oficial, junto com o ato de reconhecimento como Organização Social de uma outra instituição, o Instituto Elisa de Castro. O CEMPES até o mês passado constava no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica como presidido por Marilena Aparecida de Medeiros e agora quem aparece como presidente é Kioma de Oliveira.
A mudança aconteceu em momento em que a OS que passou a ser vista como possivelmente ligada ao Instituto de Medicina e Projeto (IMP), depois de um advogado trabalhista revelar em matéria veiculada pela TV Globo no dia 29 de agosto, ter em seu escritório clientes que trabalhavam para o IMP com carteira anotada pela empresa Blauberg Gestão de Recursos Humanos que – pelo menos no papel – pertence ao cantor de bares churrascarias do Sul do estado, Patrick Giovanni Santi Goncalves de Barros.
A possível ligação passou a ser aventada com a descoberta de que Patrick teve como sócio um empresário que já assinou pelo Centro de Medicina e Projetos Especiais. De acordo com registros do site transparenciabr.org, a Blauberg tem como donos o cantor e uma outra empresa que tem Patrick Giovanni como administrador, a PGSB Participações, associada à primeira. O portal registra que o cantor teve como sócio o empresário Ulysses Medeiros Rangel, que já representou a OS CEMPES.
Como já foi revelado, Ulysses aparece assinando pelo CEMPES pelo menos em duas situações. Em maio de 2019 ele assinou um termo aditivo ao contrato de gestão 001, firmado entre o CEMPES e a Secretaria Municipal de Saúde de Barra Mansa, e em outubro de 2021, ao lado da então presidente da OS, Marilena Aparecida de Medeiros, ele assinou, como secretário, a ata de uma reunião na qual foi aprovada a mudança da sede da instituição de Guapimirim para Barra Mansa.
*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria
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