Morte chama atenção para gastos sem licitação em Seropédica

Contratos emergenciais eram alvos de ativista assassinado na cidade

Os tiros que ceifaram a vida do ativista político David Camilo de Oliveira – assassinado na madrugada da última sexta-feira (13), em Seropédica – silenciaram uma voz combativa e derrubaram um cidadão de bem, que vinha fazendo uma ação fiscalizadora contra a administração do prefeito Anabal de Souza (foto), questionando a falta de transparência nos gastos públicos e as seguidas dispensas de licitação que já comprometeram pelo menos R$ 15 milhões, mas não impedirão que denúncias sejam apuradas. Muito pelo contrário, pois uma verdadeira devassa deverá ser feita nos contratos emergenciais, principalmente nas despesas feitas com recursos destinados aos setores de Saúde e Educação. Até ontem a polícia não havia se pronunciado sobre possíveis suspeitos ou motivação, mas vários setores da sociedade organizada prometem acompanhar o caso de perto para que os responsáveis não fiquem impunes.

Os contratos emergenciais estavam na relação de denúncias que Camilo pretendia apresentar para propor uma comissão processante na Câmara de Vereadores, visando investigar supostas irregularidades atribuídas a Anabal, que já tem uma condenação por improbidade administrativa e deverá enfrentar sérios problemas daqui para frente, mesmo sem a voz firme e a coragem de um homem que tinha um só objetivo na vida: livrar seu município dos que se acham donos da coisa pública e senhores da vontade do povo.

As contratações de serviços e fornecimentos começaram em fevereiro, com dispensas de licitação que favoreceram empresas como a Enzitest Material Hospitalar, M.C. Angelo da Silva, Sarti Locações, Markleo Comércio e AMI3 Soluções Ambientais e Transporte de Resíduos. Inicialmente a Enzitest foi contratada por R$ 874.786,65 para fornecer kits de reagentes laboratoriais, enquanto a MC Angelo teve quatro contratos no total R$ 1051.247,62 firmados para fornecimento de materiais de limpeza e de expediente para as secretarias de Saúde e Educação. Também sem licitação, a Sarti Locações teve um primeiro contrato de R$ 670.800,00 para locação de kombis à Secretaria de Educação por um período de 90 dias.

Ainda sem o devido processo licitatório e também por 90 dias, a Markleo Comércio e Serviços foi contratada por R$ 2.507.152,44 para o fornecimento de merenda escolar. Já o contrato para coleta de lixo foi homologado no dia 1º de junho, tem validade de seis meses e por ele a empresa AMI3 Soluções Ambientais vai receber o total R$ 2.834.294,40.

 

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