Frota escolar ilegal de Japeri: com dinheiro de 12 ônibus usados alugados a Prefeitura poderia comprar 73 legalizados por ano

Pelo que consta no Detran os ônibus LVA-5531, LVD-6554 e LUX-5966 estão com licenciamento vencido e restrição judicial. Onde estão as autoridades de trânsito?

Se a Prefeitura de Japeri optasse pela compra de ônibus novos, fabricados dentro dos padrões estabelecidos pela legislação para uso no transporte escolar em vez de locar a frota esquisita da JL Transporte e Construção, em um ano teria adquirido 10 veículos com capacidade para 44 passageiros, cintos de segurança em todos os bancos e equipamento para embarque e desembarque de cadeirantes – vendidos atualmente a R$ 267 mil cada – e ainda teria sobrado dinheiro para o seguro e o licenciamento. Se a opção fosse por usados com o mesmo ano de fabricação dos da contratada e sem embaraços judiciais, seriam 73 unidades, encontradas atualmente no mercado por R$ 40 mil. Os preços dos veículos – que podem ser confirmados em sites especializados – mostram quanto o negócio foi bom para a empresa, que mesmo com parte da frota ilegal e com anotações de restrição judicial, fez dois contratos com o município que, ao que parece, não se preocupou em chegar a documentação dos ônibus, que custam aos cofres da municipalidade R$ 246.600,79 por mês.

Com o elizeupires.com já revelou, pelo menos três dos 12 ônibus locados pela JL Transporte estão sem o licenciamento anual obrigatório e com observações de restrição judicial, o que os impede de circular, mas, segundo informações de pessoas ligadas ao próprio governo e que estão preocupadas com o uso da frota irregular no transporte de alunos, outros veículos estariam em situação idêntica. Se quisesse legalizar sua frota a JL poderia adquirir 73 ônibus usados modelo 2005/2006 em 12 meses, estes sem restrição judicial e com a documentação em dia.

Embora complete hoje 16 dias desde que a situação dos ônibus alugados pelo município foi tornada pública e por isso mesmo o governo não pode alegar que a desconheça, o prefeito Carlos Moraes Costa e a secretária de Educação Roberta Bailune – que é vereadora licenciada – ainda não se manifestaram publicamente sobre o assunto.

 

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