● Elizeu Pires
Entre as 539 pessoas que receberam valores apontados como irregulares em transferências via PIX a partir da conta bancária do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Belford Roxo (Previde), há um beneficiário que teria recebido R$ 330 mil.
O esquema de pagamentos batizado de Farra do PIX, ocorreu nos últimos 15 dias do mandato do prefeito Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, e teria gerado prejuízo de pelo menos R$ 15 milhões.
A denúncia às autoridades foi foi feita pela Procuradoria-Geral do Município, e na manhã desta quinta-feira (23) foi realizada uma operação de busca e apreensão por agentes Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE), que teve como alvos principais duas ex-diretoras e do órgão.
Pelo que foi apurado até agora, a maioria dos que se beneficiaram com o esquema não teria vínculo legítimo com Previde. Seria integrada por ocupantes de cargos comissionados e possíveis cabos eleitorais. As investigações apontam que entre 20 e 30 de dezembro, a conta do instituto foi praticamente zerada, e teria ocorrido um esvaziamento sem processo administrativo, notas de empenho, ou qualquer documento que legitimasse os pagamentos.
Troca de cargos – Em nota o ex-prefeito disse que não é citado nas investigações e que “não houve qualquer medida envolvendo meu nome ou propriedades de minha titularidade” na operação policial desta quinta-feira. Porém a polícia está investigando se os beneficiários do esquema tiveram participação na campanha de 2024, atuando como cabos eleitorais.
A Polícia espera esclarecer os fatos a partir de depoimentos que deverão ser prestados pelas duas ex-diretoras do Previde alvos da operação. Elas trocaram de função logo depois das eleições. No dia 11 de outubro o prefeito Waguinho nomeou diretora presidente a então diretora financeira Curitiba de Souza Assis, passando a presidente Rosemery da Silva Barcellos Aleixoo o cupar o cargo de diretora financeira.
Matéria relacionada: