O empresário Narciso Gonçalves dos Santos, presidente do Sindicado das Empresas de Transporte de Passageiros de Nova Iguaçu, está na lista dos alvos da operação Operação Armadeira, no âmbito da Lava Jato, realizada manhã desta quarta-feira (2) pelo Ministério Público Federal e a Polícia Federal, para prender, entre outros, membros de uma organização criminosa formada por auditores-fiscais e analistas tributários da Receita Federal. Na mesma operação há um novo mandado de prisão contra o também empresário José Carlos Lavoras, do Grupo Flores, que está em Portugal, onde mantém vários negócios.
Além de Lavouras e Narciso, a 7ª Vara da Justiça Federal no Rio de Janeiro decretou as prisões preventivas de Marcial Pereira de Souza, Rildo Alves da Silva, Mônica da Costa Monteiro Souza, Marco Aurélio da Silva Canal, Sueli Monteiro Gentil, Daniel Monteiro Gentil e Elizeu da Silva Marinho, e as prisões temporárias de Leônidas Pereira Quaresma, João Batista da Silva, Fábio dos Santos Cury, Alexandre Ferrari e Fernando Barbosa. Os mandados foram cumpridos em dos em Campo Grande, Botafogo, Barra da Tijuca e Nova Iguaçu.
Até o momento já tinham sido cumpridos 12 mandados de prisão, mas os nomes dos presos ainda não foram divulgados pelo Ministério Público Federal
De acordo com o MPF, as investigações foram iniciadas em novembro do ano passado, a partir de depoimentos de um delator, o empresário Ricardo Siqueira Rodrigues, que confessou ter sido procurado pelo grupo de agentes da Receita Federal. Ele contou “ter sido vítima de achaques por parte do analista tributário Marcial Pereira de Souza” e que a propina exigida era em troca de troca de suposto tratamento diferenciado na autuação fiscal do alvo.
O MPF reuniu como provas gravações ambientais, filmagens de reuniões e o comprovante bancário do pagamento de parte da propina, feito em um banco de Portugal em nome de Marcial Souza e mulher dele, Mônica da Costa Monteiro.
O Ministério Público Federal chegou ainda ao auditor-fiscal Marco Aurélio Canal que teria cobrado R$ 4 milhões para não multar a Federação das Empresas de Transporte do Rio de Janeiro (Fetranspor). Pelo que foi apurado, o pagamento do que o MPF chama de “vantagem indevida”, foi intermediado pelo agente da Receita Federal e contador da empresa Evanil Elizeu Marinho.