Paulo Dames é denunciado em esquema para compra de voto na Câmara de Vereadores
Está tramitando no 1º Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, ação em que o Ministério Público pede o afastamento do prefeito de Casimiro de Abreu, município do interior do estado. Paulo Dames é apontado pelo MP como líder do grupo político acusado de articular a compra do voto que faltava para que a Câmara de Vereadores reprovassem as contas do ex-prefeito Antonio Marcos Lemos, referente ao exercício de 2016, o último da gestão de Antonio. No processo também estão os vereadores Rafael Jardim, Bruno Miranda e o empresário Wender Veloso, conhecido na cidade como Careca do Gás. De acordo com a denúncia, Wender, que tinha contratos com a Prefeitura, teria sido encarregado de oferecer dinheiro ao vereador Leilson Ribeiro da Silva, o Neném da Barbearia (MDB), para este não comparecer à Câmara ou votar pela reprovação das contas do ex-prefeito.
O escândalo que abalou a pequena cidade fluminense, foi revelado na matéria Vereador denuncia esquema de compra de voto para reprovar as contas do ex-prefeito na Câmara de Casimiro de Abreu, veiculada no dia 13 de julho do ano passado. O preço do voto decisivo para reprovar as contas do ex-prefeito Antonio Marcos Lemos – analisadas no dia 11 de abril de 2018 – foi R$ 100 mil, sendo que a metade seria custeada por Careca do Gás.
O esquema veio à tona depois que Neném da Barbearia entregou ao Ministério Público cinco arquivos de áudio com conversas entre ele, o então presidente da Câmara, Rafael Jardim e o também vereador Bruno Miranda, além do empresário Wender Veloso, que confirmou a proposta da quantia que seria paga em um apartamento que o prefeito Paulo Dames mantém em Niterói.
Ao depor na Promotoria de Justiça Neném afirmou que Careca assegurou que falava em nome do prefeito Paulo Dames, e que ele próprio o levaria até ao apartamento de Dames, para que o valor fosse pago em espécie. O objetivo, destacou Neném, seria deixar Antonio Marcos inelegível por oito anos, para que o ex-prefeito ficasse impedido de voltar a disputar a Prefeitura em 2020.
Em seu depoimento Neném contou que inicialmente fora chamado por Bruno Miranda para falar sobre a votação das contas do ex-prefeito e logo de cara percebeu que o papo giraria em torno da compra de seu voto. Ele contou ainda ter sido levado por Bruno ao gabinete de Paulo Dames e dele ouviu que outra conversa seria marcada, o que aconteceu uma semana antes do dia da votação. No novo encontro, disse Neném, foi dito a ele por Bruno Miranda que este já tinha R$ 50 mil ele não comparecesse à sessão que foi marcada para o dia 11 de abril.