O juízo da Vara Criminal de Seropédica, município da Baixada Fluminense, decretou a prisão do policial militar Wagner Oliveira de Souza, o Waguinho Anabal, filho do prefeito da cidade, o bombeiro aposentado Anabal de Souza. Waguinho é acusado de extorsão, constrangimento ilegal e coação contra o empresário Sidney Vannucci, dono da empresa V1 Telecom, contratada pela Prefeitura para locação de sistema de conexão da rede de dados para atender várias secretarias. Também foi decretada a prisão de Fábio de Moura Silva, que teria auxiliado o filho prefeito na empreitada. A denúncia (confira aqui), foi feita a partir das investigações do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc).
De acordo com o MP, o policial militar usava o nome do prefeito para exigir “altas quantias em dinheiro” do empresário, ameaçando reter os pagamentos das faturas se o dono da V1 não atendesse as exigências dele. O Ministério Público apurou que Waguinho constrangeu e ameaçou a vítima, afirmando que se não recebesse a vantagem ilícita, o município não pagaria à empresa a integralidade do valor devido pelo contrato.
Na denúncia que gerou o decreto de prisão o MP consta que Fábio Silva levou o empresário para uma reunião e que no encontro o filho do prefeito “colocou uma pistola em cima da mesa e manteve constante manuseio do armamento, de maneira a intimidar a vítima” e que no encontro Waguinho relatou que sabia que o empresário vítima havia prestado depoimento no Ministério Público.
“Após a empresa, V1 Teleconm, de titularidade da vítima, ter se sagrado vencedora na seleção para celebração de contrato emergencial com o município de Seropédica, tendo por objeto a prestação de serviços e locação de sistema de comunicação dedicada para conexão da rede de dados para atender à Prefeitura e suas Secretarias, logo no início da atual gestão, em 2017, a vítima Sidney Vannucci da Costa foi chamada para reunião com o 1º acusado (Waguinho), na qual o mesmo exigiu o pagamento do equivalente a 50% do valor do contrato para que a empresa recebesse a integralidade do contrato, sobretudo em relação à parcela referente à prorrogação do aditivo. Na ocasião, a vítima negociou uma redução para 40%, exarando ao final concordância”, diz um trecho da representação do MP.
O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de Seropédica.