Elizeu Pires
Conhecido como a terra do ouvir dizer, do andam dizendo por aí, Magé volta a dar ouvidos às falácias sobre o pedágio que tão mal faz ao desenvolvimento do município e causa grandes estragos também na cabeça dos que se deixam levar pelas invenções de políticos mal intencionados. Desde 2014 fala-se que a praça principal de cobrança, no bairro Bongaba, seria retirada dali. Nunca se pensou em fazer isso, assim como não está definida pela ANTT a instalação de novas cabines na altura de Suruí. Isso, gente boa, só serve para sustentar manifestações políticas oportunistas e inspirar discursos de campanha.
Aliás, esse papo de pedágio em Suruí é velho. Quando a Concessionária Rio Teresópolis iniciou por ali a construção de um posto de pesagem, minha caixa postal ficava atulhada de mensagens tipo assim: “Estão construindo mais um ponto de pedágio e você não vai falar nada?”. Ergueu-se a balança e a turma do ouvi dizer e do andam dizendo por ai ficou em silêncio por um tempo.
Até onde sei a única verdade sobre o assunto está na possibilidade de o contrato de concessão firmado com a CRT ser estendido por mais um ano e meio, pois a ANTT fez várias audiências públicas, mas esqueceu-se de dar celeridade ao novo processo licitatório, mesmo sabendo que o contrato terminaria em março deste ano.
Nunca se falou sério sobre o fim da privatização do trecho da BR-116 – que vai de Saracuruna a Além Paraíba -, denominado Rodovia Santos Dumont, mas, mais conhecido como Rio-Teresópolis. Essa possibilidade só existiu na mente criativa dos que precisam de discurso fácil para conseguir votos, e muitos embarcaram nessa.
A tarifa cobrada é alta. Maior ainda é o preço pago pelos mageenses, pois uma cidade sem desenvolvimento é uma cidade sem emprego e qualidade de vida, mas isso não dá a ninguém o direito de ficar enganando o povo. Não vai ter pedágio em Suruí, e quando isso estiver colocado de forma clara, certamente vai aparecer um deputado para dizer que graças a seu trabalho o pedágio não aconteceu.
A praça principal está lá em Bongaba e vai continuar. O que a ANTT deveria assegurar no novo contrato é a diluição da tarifa maior, como ocorre em outras rodovias. Isso sim é viável, e quando falo diluir não digo instalar mais praças auxiliares no trecho que corta Magé, que já tem duas e seu povo sofre as consequências.
O que de fato existe hoje é que a CRT pode até sair de Magé se for derrotada na concorrência que, aposta gente do meio, só deverá acontecer no segundo semestre de 2022, mas o pedágio e a privatização do trecho permanecerão, pois se não for o mesmo grupo empresarial o vencedor, outro vai ganhar. Ninguém entraria nisso para perder dinheiro.
Tá vendo ai por isto sou fã do Elizeu