Porque o Brasil é de todos nós, e o verde e o amarelo também

● Elizeu Pires

O Brasil é de todos nós. Fardado ou não, ninguém detém o monopólio do patriotismo. O verde e o amarelo não são cores de uso exclusivo de nenhum extremista, seja ele de que ideologia for.

Fazer pose de fortão e fechar a cara para intimidar quem pensa diferente não faz de alguém um defensor da pátria. No máximo confere a ele uma aparência de segurança de boate, com todo respeito aos profissionais do ramo.

Neste 7 de setembro, se quiserem, saiam às ruas, pois elas pertencem a todos nós. Não importa se Avenida Paulista, Presidente Vargas ou Rio Branco. Além disso, a praça, como já dizia o poeta Castro Alves, “é do povo como o céu é do condor”, é o espaço “onde a liberdade cria a águia em seu calor”…

Gritem, protestem, defendam suas convicções, mas respeitem a voz oposta. Vão de verde e amarelo se for a vontade, mas não pensem que só vocês tem tal direito por fazerem coro com os “heróis” das redes sociais, os que semeiam ódio a corações cheios, os que pregam a invasão da instituição A, B ou C, e saciam sua sede de conhecimento nos grupos de whatsapp que espalham mentiras aos milhões por aí…

Aos que gritam por ditadura, sinônimo de intervenção militar, seria bom reler a história, pois assim o fazendo vão saber que se democracia não houvesse, não poderiam estar nas ruas reivindicando regime diferente, pregando o fechamento dessa ou daquela instituição.

Ponham a liberdade acima de tudo, lutem para preservá-la, pois sem ela não produzimos, não geramos riquezas, não temos futuro. Não falo aqui da liberdade de pregar o ódio, de atiçar os menos preparados a um confronto que só interessa a quem precisa do caos para alimentar sua tropa insana, aos que precisam de seus templos cheios de uma gente cada vez mais pobre e sem o conhecimento da verdade que realmente liberta, e não daquela que os mantém presos às palavras do condutor do rebanho.

Vão às ruas, sim! Ocupem as praças, mas em vez da guerra preguem a paz, defendam a legalidade e não os propósitos totalitários de quem tem demonstrado preocupação apenas com o futuro de si mesmo e dos seus iguais.

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