Por: Luiz Alberto Barbosa
No que estamos nos tornando? Diante de uma catástrofe surgem pessoas querendo tirar vantagens. Vemos pessoas aflitas e sequer esboçamos reação, e seguimos em nossas lanchas, comendo, bebendo, ostentando, querendo ser rei no meio de gente tão modesta, e agindo como se não fosse conosco. Será que deve ser assim? Ou é o nosso jeito de sobreviver? Não comendo lixo concreto, mas remoendo lixo moral e fingindo que está tudo bem.
A dor se alastra, a pobreza se multiplica, a saúde pública agoniza, a educação degringola e quem deveria olhar para isso, se esconde, ou quer mesmo que todos se explodam, pois vivemos na era da “Farinha pouca, meu pirão primeiro”.
Muitos sem nada. Deus não criou a indiferença, a maldade, o mal do homem causado pelo homem. Somos cruéis? Tenho minhas dúvidas…
O cinismo em dizer que o bandido está virando herói e que tudo foi um grande engano. A ganância de querer ter, sem sequer ter tempo para utilizar. A fome pelo poder e a fala arrastada que ainda convence muita gente boa. As tramóias feitas não apenas no cair da noite, mas também no raiar do dia.
Palavras rebuscadas e até solenes, acordos fictícios, compromissos rompidos, os miseráveis iludidos e os remediados que gostam de se iludir porque pensar é cansativo e perigoso, ou porque faz parte da tropa do mal. E eles seguem rindo de nós, e sem usar nenhum disfarce.
Ou a gente abre o olho, ou seremos engolidos por esses lobos em pele de cordeiro.
* Dr. Luiz Alberto Barbosa é juiz de Direito no estado do Rio de Janeiro, atuando atualmente na Comarca de Nilópolis, na Baixada Fluminense. É autor do livro “Mundo Real, Reflexões Cotidianas”, e mantém, junto com a esposa, o projeto social “Amor ao Próximo”.