(Uma reflexão sobre os dias de hoje)
Elizeu Pires
O presidente já está há um mês e três dias no cargo, mas o clima ainda é de palanque e, pasmem, o homem que falava besteiras durante a campanha, a ponto de ser orientado a ficar de boca fechada, é quem se mostra mais sensato no governo. As redes sociais continuam congestionadas por fakes na desenfreada tentativa de desmentir o inegável. Coitado de quem ousar dizer que Flávio Bolsonaro empregou parentes de milicianos em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio, que ele e seu homem de confiança fizeram transações financeiras atípicas, pois, na cabeça dos fanáticos, tocar nesse assunto é coisa de comunista, assim como só comunistas cometeriam o “sacrilégio” de afirmar que o general dá de mil no capitão, que vê como inimigo todo aquele que ousa tocar na ferida dos seus…
Ninguém pode ser taxado de comunista por não se vestir de amarelo, não raspar a cabeça e não fechar a cara para fazer pose de mau. Não é esquerdista aquele que não ignorar o noticiário que – gostem os bolsonaristas ou não – vem mostrando fatos. A verdade é que se o time que está ai causasse medo mesmo, o estado do Ceará não estaria em chamas e a bandidagem carioca já teria metido o pé há muito tempo.
Quem lê jornal ou busca se informar através de portais jornalísticos viu que o general vice-presidente reprovou a zombaria no caso Jean Willys, afirmou que liberar Lula para o enterro do irmão seria um ato humanitário e disse ao embaixador palestino Ibrahim Alzeben que o governo brasileiro não está pensando em mudar sua embaixada para Jerusalém. Isso bastou para que o filosofo e seus seguidores passassem a usar as redes sociais para criticar Mourão.
Eu pessoalmente acho que ex-deputado Jean Willys não vai fazer falta alguma por aqui, mas essa é só minha opinião. Respeito a posição dele. Não a vejo como ato de covardia. Pode até ter um pouco de mimimi nessa história, mas é um direito dele.
Defendo que quem não estiver se sentindo seguro no Brasil, tem mais é que sair do país mesmo, se, claro, tiver condições financeiras para isso. Acho que o general Mourão fala como homem de estado e se mostra mais equilibrado e preparado que o capitão e, quanto a embaixada – ao contrário de grupos que impor a Bíblia como Constituição – penso que ela deve ficar onde está e não é por serem essas opiniões minhas que sou comunista ou estou flertando com a Palestina.