‘Benção’ de pastores não está ajudando partido do Bolsonaro: Aliança, já é visto como fora das eleições municipais

Mutirões em praças e igrejas evangélicas tem sido organizados por apoiadores de Bolsonaro

Com apenas cerca de sete mil assinaturas validadas até o dia 4 de março, o Aliança Brasil, partido com a legenda 38 criado pelo presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, não estará regularizado a tempo de participar das eleições municipais que acontecerão no dia 4 de outubro deste ano, segundo alguns dos próprios bolsonaristas já admitem. Para obter o registro o Aliança precisa apresentar 492 mil assinaturas registradas em cartório até o dia 4 de abril, mas até a semana passada havia conseguido levar ao Tribunal Superior Eleitoral 80 mil fichas de filiação, e somente 6.605 foram aprovadas até agora. Além disto, o pente fino do TSE detectou sete assinaturas de eleitores mortos.

Para arregimentar apoiadores pastores de todo o Brasil  transformaram seus templos em postos de coleta de assinaturas e vários mutirões estão sendo feitos. Na Baixada Fluminense, onde bolsonaristas vinham apostando no Aliança para, segundo diziam, “tomar prefeituras e câmaras de vereadores”, os ânimos esfriaram bastante nos últimos dias, iniciando um corre-corre em busca de legendas que os abriguem.

“O problema de abrir as portas de uma legenda para os bolsonaristas está no jeito esquisito de fazer política adotado por eles. Dar soco na mesa, fazer cara feia não resolve nada. Chegam e querem mandar no partido, ditar as regras e ganhar no grito, o que não é nada democrático”, avalia um presidente de agremiação partidária da região, que diz não querer nenhum egresso do PSL por lá.

Até outubro do ano passado os bolsonaristas filiados ao PSL achavam que conseguiriam tomar a legenda e ficar com os recursos do Fundo Partidário. Deu ruim para eles. Em novembro o presidente anunciou que estava saindo da legenda e criando a sua própria, apostando que seu nome bastaria para a regularização do Aliança em tempo recorde, mas a coisa parece estar empacada.

No Rio vários deputados da ala bolsonarista foram expulsos do PSL na semana passada. O que não era esperado por nenhum deles. Marcelo do Seu Dino, que pretende disputar a Prefeitura de Duque de Caxias, esteve em Silva Jardim na última sexta-feira (6), onde se colocou em apoio ao prefeito interino Jaime Figueiredo, que concorre na eleição suplementar desde domingo pelo PROS. Marcelo ainda não disse até o momento para onde pretende ir para levar adiante seu sonho de ser prefeito de sua cidade natal, embora sua estada na pequena cidade do interior fluminense esteja sendo vista como indicativo de que o PROS poderá ser o destino dele.

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