O acordo de colaboração firmado com o Ministério Público Federal pelo ex-secretário de Saúde do Rio Edmar Santos, por si só já vinha causando insônia em muita gente antes mesmo de ter sido homologado pelo Superior Tribunal de Justiça, mas a revelação de que ele teria gravado conversas que manteve com políticos – entre eles o governador Wilson Witzel e o “dono” do PSC, pastor Everaldo Dias Pereira – fez muita gente perder a vontade de sair às ruas manhã desta sexta-feira (14). Tido como mentor da candidatura do ex-juiz federal ao governo fluminense e “senhor”de alguns setores na administração estadual, Everaldo entrou na mira de muita gente e a aposta hoje é de que ele pode vir a ser seriamente atingido pelas investigações.
Na verdade ninguém acredita que Edmar seja o chefe do esquema que teria desviado cerca de R$ 1 bilhão com os contratos emergenciais firmados em nome do enfrentamento da covid-19, e teria sido exatamente para provar por isso que ele passou a gravar as conversas. A informação é de que ele teria sido aconselhado por um deputado a registrar tudo para se defender das acusações.
Sobre a delação ainda não se conhece uma linha sequer do que Edmar contou ao MPF, mas comenta-se que haveria conteúdo suficiente para tornar o poço ainda mais fundo para político que se dizia “diferente de tudo isso que está aí” e que fora apontado durante a campanha eleitoral por alguns líderes evangélicos como o “escolhido de Deus para salvar o estado do Rio de Janeiro”.