Quem viu a ex-prefeita Núbia Cozzolino (foto) nas ruas de Piabetá esta semana puxando a campanha do deputado estadual Renato Harb à Prefeitura de Magé não reconheceu nela a mulher que no dia 10 de outubro de 2018 teve prisão decretada pela Justiça sob a acusação de fraudar processos que tramitam contra ela no fórum da cidade. É que Núbia está em campanha, e como se seu nome nunca tivesse sido envolvido em escândalo ou algum dia tivesse sido alvo de operação policial, tem usado as redes sociais para fazer denúncias e atacar adversários, principalmente o atual prefeito, Rafael Santos de Souza.
Os que por ela passaram também não viram aquela que teve o mandato cassado em 2009 e foi alvo de várias denúncias por parte do Ministério Público, a que está inelegível e aparece com 19 anotações na lista do TCE que revela os nomes de gestores com contas reprovadas, pois Núbia puxava o bonde em carro aberto, mostrando-se muito mais que uma simples cabo eleitoral do sobrinho que em 2016 fez o mesmo caminho e perdeu a disputa com uma diferença de 40 mil votos.
Dois nomes – Dessa vez Núbia está nas ruas por dois nomes, pois além do sobrinho tem o irmão Anderson Cozzolino, candidato a vice-prefeito. Há ainda um cunhado, o ex-vereador Valdec Ferreira de Matos, que depois de alguns anos de inelegibilidade está tentando retornar à vida pública, na qual foi inserida nas eleições de 2000 pelo então prefeito, Nelson Costa Melo, o Nelson do Posto.
“Só estão em disputa 16 vagas de vereador, porque uma já é do Valdec”, costumam dizer entre si alguns seguidores do clã que governou Magé por quase três décadas e desde 2012 vem tentando voltar a ocupar espaço maior na política local.
Xingada ou elogiada, a ex-prefeita tem uma relação de amor e ódio com os mageenses. Adepta do assistencialismo, é querida pelos mais pobres, mas aos olhos dos mais antenados, é a agente política dos escândalos.
Prisão – As ex-prefeita recebeu voz de prisão quando participava de uma audiência em um dos processos aos quais responde. Ela teve prisão preventiva decretada sob acusação de supostamente comandar um esquema de falsificação de documentos e assinaturas de juízes e promotores nos processos respondidos por ela e aliados, o que ela nega. A prisão se deu como resultado de uma investigação do Ministério Público, através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência órgão.
De acordo com o que foi revelado, o MP passou o pente fino em 110 processos e acabou sobrando ainda advogados dela, que também tiveram prisão preventiva decretada. Núbia ganhou a liberdade no dia 30 de novembro, quando foi solta por decisão do ministro Sebastião Reis Junior, do Superior Tribunal de Justiça, que ministro fixou quatro medidas cautelares: “comparecimento quinzenal em juízo para informar e justificar suas atividades; proibição de ausentar-se da comarca sem autorização judicial; proibição de manter contato com os demais réus; proibição de ingressar, sem prévia autorização judicial, no Fórum da Comarca de Magé”.
*O espaço está aberto para manifestação da ex-prefeita Núbia Cozzolino.