Elizeu Pires
Se o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro não tivesse suspendido a eleição marcada para o dia 11 de abril a situação no município seria bem diferente, não teria ocorrido os escândalos verificados nos últimos. Esse é o entendimento de várias lideranças políticas de Itatiaia, cidade do Sul Fluminense, que está no segundo governo interino em seis meses. Para elas, o município estará vivendo dias de incerteza enquanto um novo governante não for escolhido pelo voto direto, pela manifestação democrática nas urnas.
Prefeito interino desde o dia 1º de janeiro, o presidente da Câmara de Vereadores Imberê Moreira Alves foi afastado do cargo no último dia 8 por decisão judicial. Ele foi substituído dois dias depois pelo vice-presidente da Casa, Silvano Rodrigues da Silva, mas no mesmo dia em que o novo interino tomou posse, a juíza substituta da Vara Única local, Carolina Dubois Fava de Almeida encaminhou oficio ao desembargador Cláudio Dell’orto, presidente do TRE-RJ, narrando a situação verificada no município e pedindo que a eleição suplementar seja marcada o mais breve possível.
“Por fim, por todos os motivos supramencionados, solicito que as eleições suplementares sejam designadas com a maior brevidade possível, uma vez que a medida é imprescindível para restabelecer a ordem no município”, finalizou assim a magistrada o documento encaminhado.
Representação do PTB – Os escândalos em Itatiaia começaram em março, com uma série de denúncias de irregularidades enviadas ao Ministério Público. Depois vieram operações de busca e apreensão, e cumprimento de mandados de prisão contra dois secretários e um assessor nomeados por Imberê, além de dois empresários. A situação foi agravada na primeira semana de junho com o afastamento do primeiro prefeito interino e de vários membros do primeiro escalão.
A preocupação com a realidade vivida em Itatiaia tinha sido levada à Justiça oito dias antes do ofício da magistrada que afastou Imberê. No dia 2 de junho, em nome do diretório local do PTB, o advogado Damian Duarte protocolou junto ao TRE-RJ uma representação para a eleição suplementar seja marcada.
Na representação o advogado cita que a gestão interina visou a “perpetuação no poder sem a legitimação das urnas, causando grave e irreparável prejuízo à sociedade de Itatiaia, em especial por conta das graves e tristes denúncias que levaram à prisão secretários municipais e diversas diligências de busca e apreensão, baseadas em acusações do Ministério Público de desvios de recursos públicos na Saúde”.
Até o final do expediente de ontem (21), a Corte não havia se manifestado sobre uma nova data para realização do pleito suplementar. A expectativa, entretanto, é de que isto possa ocorrer ainda nesta semana.
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