“Dono” da Saúde de Nova Iguaçu, deputado que queria ser ministro poderá ser o adversário de amanhã do governo que o alimenta

● Elizeu Pires

Manoel Barreto (esquerda) foi exonerado da Secretaria de Saúde para dar lugar a um secretário indicado por Luiz, mas o que dizem hoje é que o setor funcionava melhor antes

 Visto como um político que gosta de mandar na casa dos outros, e também chamado por colegas de parlamento de “olho grande”, o deputado federal Luiz Antonio Teixeira Junior, mais conhecido como Dr. Luizinho, ao que tudo indica, deverá atropelar os tramites nas eleições municipais de 2024, quando a sucessão do prefeito Rogério Lisboa estiver em jogo. Alguns dos observadores mais atentos analisam que o deputado não deverá aceitar o lançamento de outro nome que não seja o dele na eleição para prefeito.

Entre esses mesmos observadores há quem esteja prevendo um cabo de guerra já no início de 2022, quando o Hospital Iguassu – fechado na gestão do prefeito Lindberg Farias – for reaberto, pois o deputado, que também é visto como defensor da gestão terceirizada, segundo se comenta nos corredores do poder, gostaria de ver uma organização social administrando a unidade. “Hoje na Secretaria de Saúde não se faz nada sem o crivo do deputado, que ganhou o setor de ‘porteira fechada’, como se diz no meio político. É como se Nova Iguaçu tivesse dois comandos”, entende um observador.

As intromissões do deputado na Secretaria Municipal de Saúde parece não incomodar apenas os indicados por ele para os cargos de comando no setor, pois em outras áreas do governo o “engolem”, mas não digerem. “O cara que mandar em tudo. Quer ser prefeito sem ter recebido um único voto para isso. Acho que o prefeito de fato e de direito está pagando um preço muito alto pelo apoio recebido durante a campanha pela reeleição. Fez-se muita pressão para a saída do secretário anterior para abrir o espaço para o deputado, só que a rede funcionava bem melhor no tempo do Dr. Manoel Barreto”, completa outro.

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