O Poder Legislativo aprovou a redução de 29 para 17 vereadores
Segundo estimativa do IBGE o município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, tem cerca de um milhão de habitantes e, pela legislação em vigor, poderia eleger este ano até 29 vereadores, conforme ocorreu no pleito de 2012. Entretanto, nas eleições de outubro serão escolhidos apenas 17 parlamentares, teto para uma cidade com universo populacional entre 80 mil 120 mil moradores. É que esta semana foi aprovado um projeto cortando mais quatro cadeiras, metade do que já havia sido subtraída em proposta votada em 2014, com uma lei fixando em 21 o número de vereadores para a próxima legislatura. Com a nova formação, para assegurar uma cadeira os partidos ou coligações vão vai precisar de no mínimo 24 mil votos, 7,2 vezes o total obtido pelo autor do projeto, o vereador Marcelo Fernandes Loureiro, o Marcelinho Amigo das Crianças, eleito pelo PTN com 3.305 votos.
A medida agradou a população, mas criou um clima hostil entre os vereadores, com direito a bate-boca e até ameaça através de um grupo de formado por políticos no WhatsApp. “Se eu perder a eleição nesse bloco com nove vagas eu não vou ganhar de ninguém. Se eu tivesse medo de vereador, não estava nem na rua. Não tenho medo não, meu filho, é tiro, porrada e bomba. Vamos para dentro deles”, disse o vereador Arthur Fabiano Lima de Andrade, o Arthur Leal, que teve 2.560 votos pelo PT em 2012 e trocou a legenda pelo PSL.
O “blocão” Arthur se refere será uma coligação encabeçada pelo PMDB, com pretensões de ficar com nove das 17 cadeiras, faltando, é claro, combinar isto com os eleitores. Já a reação considerada ameaçadora foi uma resposta do ex-petista ao vereador Carlos Eduardo Moreira da Silva, o Carlinhos Presidente, que teve 4.957 votos em 2012, quando disputou pelo PDT e agora está filiado ao PHS. Irritado com a aprovação do novo corte, Carlinhos chamou Arthur de traidor, por ele ter assinado um manifesto pela manutenção de 21 vagas. No entender de Carlinhos, “a redução ou o aumento de parlamentares não diminui os gastos da Câmara, pois o repasse é 4,5% do orçamento anual”. O vereador sustenta que o corte é uma manobra para beneficiar um “blocão” do PMDB”, segundo ele, “tirando as chances dos pré-candidatos com menor poder aquisitivo”.