‘Governo de família’ em Tanguá: prefeito vai mantendo tradição segurando parentes em cargos na administração municipal

● Elizeu Pires

A prática de empregar parentes começou em Tanguá com os ex-prefeito Carlos Pereira, sogro de Rodrigo Medeiros

Em 2009 o então prefeito de Tanguá, Carlos Roberto Pereira, foi denunciado pelo Ministério Público do estado do Rio de Janeiro, por prática de nepotismo. Ele empregou na Prefeitura como secretários a esposa, uma filha, o genro e um cunhado, além nomear um irmão no cargo de diretor do Departamento de Almoxarifado. Passados 13 anos a prática volta a ser notícia, agora na gestão do genro Rodrigo Medeiros, que retribuiu a generosidade ao sogro, nomeando-o assessor de Integração de Gestão, com salário de R$ 8.166,96. Como o caso foi parar no MP, Carlos teve de ser exonerado, mas outros membros da família permanecem recebendo dos cofres do município.

No “governo de família” instalado por Rodrigo Medeiros, pelo menos no papel quem comanda o gabinete é a primeira-dama Vanessa de Sá Pereira, irmã da presidente da Câmara Municipal, Aline Pereira, que, por sua vez, nomeou o marido, Alexander Roque Paz Duarte, como chefe de gabinete. Já  Andreia de Sá Azevedo – casada com um tio das irmãs Pereira – comanda a Secretaria Municipal de Governo,  e o primo de Vanessa, Carlos Augusto Sá Nascimento está sendo mantido como assessor administrativo.

Por conta da nomeação de parentes o sogro do hoje prefeito da Reclamação 7317 ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF), com pedido de liminar, pelo Ministério Público, com Carlos Pereira sendo denunciado por infringir a Súmula Vinculante nº 13, do STF, que proíbe a nomeação de parentes do nomeante até terceiro grau em cargos comissionados ou funções de confiança.

Na época os promotores de Justiça Karine Susan Gomes de Cuesta, Luciano Oliveira Mattos de Souza e Renata Neme Cavalcanti constataram a existência de 13 parentes de Carlos Pereira nomeados na Prefeitura, além de seis familiares da então vice-prefeita, Maria José Machado Meneses. Antes de levar o caso ao STF o MP propôs a assinatura de um termo de ajuste de conduta, mas Pereira não aceitou assinar o TAC.

*O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de Tanguá e dos demais citados na matéria.

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