Antecipando o palanque de 2024, ex-prefeito de Meriti parte para cima da atual gestão esquecendo a terra arrasada que deixou para trás

● Elizeu Pires

Quem depara com as colocações feitas nos últimos dias através das redes sociais pelo ex-prefeito Sandro Matos (foto) não identifica nele o político que afundou o município de São João de Meriti em dividas, deixou os servidores com vários meses de salários em atraso, não quitou o 13º e arruinou as finanças do instituto de previdência própria, o Meriti-Previ, impondo um futuro incerto e não sabido aos aposentados e pensionistas. Embora se apresente como pré-candidato a deputado federal, Sandro parece mesmo é já estar concorrendo a prefeito, embora as eleições municipais só aconteçam em outubro de 2024. É o que sugerem os ataques partidos dele contra a atual administração.

O Sandro das rede sociais parece ter esquecido os problemas com o Tribunal de Contas do Estado, apagado da memória, por exemplo, o fato de que só em 2015 foi enquadrado cinco vezes pelo órgão. Em agosto daquele ano ele foi notificado a devolver mais de R$ 270 mil aos cofres do município por compras superfaturadas, e recolher cerca de R$ 30 mil em multas por irregularidades em contratos firmados com várias empresas. No mesmo mês ele foi condenado a ressarcir o município em R$ 72.629,97 por ter pago mais caro pelo óleo BPF comprado em 2010 para produzir massa asfáltica. Segundo foi apurado à época o produto podia ser adquirido por R$ 1,41 o litro, mas foi comprado da empresa Araruta Comércio de Óleos R$ 2,19.

Ainda em 2015 o Tribunal de Contas havia constatado superfaturamento na compra de pedra britada e areia lavada, condenando Sandro Matos a devolver R$ 104,6 mil, mas ele já tinha sido condenado antes por sobrepreço também na aquisição de alimentos, e o valor a ser devolvido foi fixado em R$ 78,2 mil. A compra foi feita junto à empresa Comércio e Indústria de Alimentos São Judas Tadeu, que, em 2009, recebeu R$ 318.815,76 para fornecer gêneros alimentícios para a Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo.

Descaso com os servidores – O político que hoje aparece nas lives questionado e apontando supostas irregularidades, nem parece com aquele que, ao sair do governo no dia 31 de dezembro de 2016, deixou em atraso seis folhas de pagamento dos aposentados e pensionistas, o que somava cerca de R$ 33 milhões em janeiro de 2017. Parece ignorar que o Meriti-Prrevi foi arruinado pela retenção das contribuições patronais, o que obrigou a Prefeitura a fazer acordos de parcelamento para quitar uma dívida previdenciária no total de mais de R$ 70 milhões, e que, além dos proventos em atraso e contribuições retidas, a gestão atual encontrou três parcelamentos com prestações em aberto, acordos de cerca de R$ 56 milhões firmados em 2012 por ele, com mensalidades que somavam mais de R$ 970 mil em janeiro de 2017.

O homem que hoje aponta o dedo também parece ter esquecido de que em sua as obras do PAC projetadas para os bairros Parque Araruama e Morro do Pau Branco foram paralisadas em sua administração, o que obrigou o novo governo a jogar pesado junto ao Ministério das Cidades para o município não ser prejudicado. Para que a parceria com o governo federal pudesse ser retomada foi feita uma nova solicitação de parcelamento dos arrestos dos contratos das duas obras ocorridos na gestão de Sandro.

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