● Elizeu Pires
A Baixada Fluminense nunca recebeu tantos investimentos como nos últimos dois anos, com bairros inteiros transformados em verdadeiros canteiros de obras, mas as coisas poderiam ser bem melhores, se os moradores soubessem usar a força que tem, segundo avalia gente que conhece os números locais.
Formada por 13 municípios, a região tem mais de 2,8 milhões de eleitores aptos a votar este ano, um cacife eleitoral maior do que o registrado em 11 estados e o Distrito Federal, mas o hábito de votar em nomes de fora acaba quebrando a corrente, pois os candidatos “forasteiros” em nada contribuem com as cidades nas quais foram buscar o que precisavam para completar a votação.
Nas eleições de 2018 pelo menos 60% dos votos conferidos a candidatos a deputado federal e estadual foram para políticos sem qualquer ligação com os municípios da região. É o caso, por exemplo, do deputado federal Alessandro Molon (PSB). No pleito daquele ano ele obteve 33.086 votos na região, sendo votado em todos os municípios que a formam, mas Molon quer votos para senador, não apareceu depois nem para agradecer.
Sem dar nenhum retorno, Molon teve 7.888 votos em Duque de Caxias; 7.828 em Nova Iguaçu; 4.210 em São João de Meriti; 2.530 em Nilópolis; 2.389 em Mesquita; 1.834 em Magé, e 1.014 em Queimados. Em Japeri, cidade mais pobre da região, Molon teve 478 votos. A votação conferida a ele em Paracambi chegou a 353, e a 601 em Seropédica. 776 moradores de Itaguaí votaram nele em 2018, e em Guapimirim ele foi escolhido por 373 eleitores.
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A baixada ainda tem que amadurecer , a maioria é analfabeto político que só olha o valor que vai receber no dia da eleição para trabalhar.