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E omite dados sobre salários e as gratificações concedidas a funcionários e assessores, despesas que fazem do Legislativo local um dos mais caros do estado do Rio de Janeiro
Nos últimos quatro anos o município de Mangaratiba foi parar no buraco. Não por causa da crise financeira, mas pela crise moral e ética de seus gestores e do poder fiscalizador. Em junho de 2015, por dez votos a um, a Câmara Municipal decidiu cassar o mandado do prefeito Evandro Bertino Jorge, o Evandro Capixaba, mas não porque os vereadores tivessem apurado qualquer irregularidade, mas pelo fato de o político ter sido preso dois meses antes em uma operação do Ministério Público, sob a acusação de comandar um esquema de fraude em licitações que teria começado em 2012, coisa que os 13 membros no Poder Legislativo deixaram passar batido. Se omissa na fiscalização, a Casa é bem ágil para gastar o dinheiro do povo: entre 1º de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2016, período em que os vereadores Pedro Bertino Jorge Vaz e Vitor Tenório Santos, o Vitinho se revezaram no comando, a Câmara gastou quase R$ 55 milhões, mais de R$ 4 milhões só em viagens, a maioria delas para destinos turísticos do Nordeste.
De acordo com registros do Portal da Transparência da Prefeitura – o da Câmara não mostrada nada – o Legislativo mangaratibense custou R$ 10.801.280,58 em 2013, R$ 14.979.442,98 no ano seguinte, R$ 16.118.452,65 em 2015, R$ 12.891.896,02 no ano passado e R$ 3,5 milhões no primeiro trimestre deste ano. A maior despesa é também a mais escondida: os gastos com pessoal somaram R$ 35,3 milhões nos últimos quatro anos, mas ninguém fica sabendo quem está recebendo o que e quanto está sendo pago de salário aos servidores efetivos e assessores, já que a Câmara não disponibiliza, como manda a lei, informações claras sobre qualquer despesa, pois todas são registradas no sistema como “Manutenção do Plenário da Câmara”.
Embora tenha apenas 13 vereadores, o Poder Legislativo de Mangaratiba tem custo de manutenção considerado um dos mais elevados do estado do Rio de Janeiro. Entre os números que o elizeupires.com conseguiu apurar aparecem gastos com viagens no total de R$ 733.948,00 em 2013, R$ 986.256,00 em 2014, R$ 1, 160 milhão em 2015 e R$ 1,139 milhão no ano passado. Este ano, mal a legislatura foi iniciada, a Câmara torrou com viagens exatamente R$ 272.020,00. Os registros apurados também revelam uma despesa quase R$ 800 mil em alimentação em quatro anos, R$ 111 mil nos restaurantes Toca da Garoupa e Choperia Brojo de Mangaratiba, onde alguns vereadores costumam almoçar.
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