Itatiaia: Homem apontado como responsável pela queda de ex-prefeito, recebe perdão e ainda participa do ‘Café do Dudu’, o político derrubado

● Elizeu Pires

Dudu (o primeiro á direita) foi atingindo duas vezes: primeiro por acreditar nos doutores que disseram que sua candidatura ao terceiro mandato passaria batida pela Justiça Eleitoral e, depois, pela fraude na convenção que indicou o vice da chapa

O ex-prefeito de Itatiaia Eduardo Guedes, o Dudu, vai começar 2023 mal na fita com a população e com diversos membros de seu grupo político. Isso porque o político resolveu participar de um café de confraternização junto a políticos com o filme queimado na cidade do sul fluminense, entre eles o ex-vereador João Batista e o vereador Cristian de Carvalho. Mas também por causa da presença de Rafael Verissimo, considerado o “homem que tirou Dudu da Prefeitura”.

O encontro, que aconteceu em uma padaria da cidade vizinha, Resende, magoou diversos apoiadores do grupo político de Guedes por causa da presença de Rafael Veríssimo (destacado na foto). O moço, considerado braço direito de Cristian, atuava como uma espécie de “gerente” dos partidos que compuseram a coligação encabeçada por Dudu na eleição municipal de 2020, quando o ex-prefeito, eleito na ocasião com 8.149 votos, acabou “deposto do trono”.

Apesar de não conseguir tomar posse em janeiro de 2021, Dudu contou com a Covid em abril do ano passado para adiar a primeira tentativa de eleição suplementar. Na ocasião, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) acatou um pedido formulado pelo médico Márcio Braga, que também aparece ao fundo da foto do “café do Dudu”.

Em agosto, Guedes conseguiu travar a segunda tentativa de eleição suplementar através do deferimento de uma liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski argumentando que havia sido impugnado injustamente. Isso porque, um dos indeferimentos da candidatura do ex-prefeito se apoiava no fato de ele ter assumido a prefeitura em junho de 2016, quando ainda era vereador, por causa da cassação do ex-prefeito Luiz Carlos Ypê.

A defesa de Dudu disse que, na ocasião, foi obrigado a assumir, de maneira precária, por causa de atestados médicos apresentados pelos primeiros ocupantes da linha sucessória de Ypê, o ex-vereador Jair Balbino, o Jair Porquinho, e Imberê Moreira, vereador afastado pela Justiça.

Apesar de o argumento de Dudu ter logrado êxito naquele momento, já que a eleição suplementar acabou adiada pela segunda vez, Dudu não conseguiu reaver a “caneta de ouro de Itatiaia” por causa da impugnação do Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP), em outro processo. Nesse caso, a defesa de Dudu não teve argumento para justificar a assinatura de uma filiada falecida na ata da convenção do PSL, que escolheu o nome do ex-vice Sebastião Mantovani, o Jabá, para compor a chapa com Dudu.

Como Jabá já havia admitido a fraude por meio de um acordo com o Ministério Público, para evitar uma ação criminal que poderia mandar ele pra cadeia, a defesa de Dudu ainda tentou sem sucesso empurrar uma “meia chapa” goela abaixo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao propor que o governante fosse proclamado o primeiro prefeito eleito sem vice da história do Brasil, o que acabou não colando, já que Lewandowski acabou cassando sua própria liminar quando ficou sabendo da fraude na convenção do PSL.

A suposta barbeiragem de Rafael Veríssimo, que deixou dezenas de apoiadores de Dudu desempregados após a exoneração em massa, ao que parece, já caiu do esquecimento do ex-prefeito. Resta saber se os ex-cargos comissionados de Dudu vão aceitar Rafael Veríssimo, Cristian, Batista e companhia de braços abertos, como o ex-prefeito fez no “café do Dudu”.

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.