● Elizeu Pires
Quando tentou dar um golpe no PL para tirar do deputado Altineu Cortes o comando da legenda no Rio, o governador Claudio Castro já tinha em mente um “Plano B”, caso errasse o bote. Saltou no vento e o Partido Liberal ficou pequeno para os dois. Aliás, para os três, pois o maioral da “República de Cambuci”, o agora presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, está na mesma situação, pois fora para ele que Castro achou que conseguiria entregar o PL.
Nos últimos dias ficou muito claro que a segunda opção do governador é o União Brasil, partido até então presidido no Rio pelo prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, que desde segunda-feira (10), comanda o PRB no estado. Com a saída de Waguinho, o União está prontinho para ser entregue ao governador, ou melhor dizendo, ao homem da “República de Cambuci”.
Com oito deputados, o União tem a segunda maior bancada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e um monte de cargos no governo estadual, distribuição negociada diretamente com o comando nacional do partido, atropelo comum ao presidente Luciano Bivar, que nunca respeitou os diretórios regionais, assim como o atual presidente da Alerj acha que pode resolver tudo diretamente.
“A saída de Waguinho não afeta em nada a bancada do União na Alerj, pois todos os deputados da legenda rezam pela cartilha do Rodrigo Bacellar, que deverá ser mesmo o presidente do partido no Rio. É voz corrente aqui na Casa que isto já estava acertado. Só o Waguinho que acreditava que tinha o controle do partido. O União é e sempre foi do governador, que pagou por ele com cargos distribuídos aos montes”, diz um parlamentar com muitos anos de Alerj.
Na verdade, o União Brasil faz o jogo do governador do Rio desde antes da reeleição de Claudio Castro. Isto ficou claro quando Luciano Bivar fez o ex-governador Anthony Garotinho passar vergonha, desautorizando sua candidatura ao governo fluminense, para tirar uma incômoda pedra do caminho de Castro.