É o que se tem ouvido nos corredores do Palácio Guanabara
● Elizeu Pires
O esforço que o governador Claudio Castro (PL) tem feito para manter o ex-prefeito de Duque de Caxias no cargo de secretário de Transportes é enorme. Castro vem enfrentando um desgaste e tanto desde a campanha de 2022 para carregar Washington Reis (MDB) nas costas, mas não é só isto. Segundo alguns aliados, quem começou a pesar nas costas largas de Claudio é o deputado federal licenciado Luiz Antônio Teixeira Junior, o Dr. Luizinho (PP), que estaria levando o governo fluminense de volta ao olho do furacão, situação de risco verificada nos governos de Luiz Fernando Pezão e Wilson Witzel por conta da atuação das OSs.
O nome do deputado vem aparecendo no noticiário sobre os vários contratos firmados por prefeituras com organizações sociais, entidades classificadas como instituições “sem fins lucrativos”, mas que há muitos anos vêm faturando alto no estado do Rio de Janeiro, com contratos, em grande parte, firmados sem licitação, e dão muito trabalho ao Ministério Público. Na Baixada Fluminense, por exemplo, a já chamada “farra das OSs” é pauta do MP e da Polícia Federal, e muita água suja deve rolar debaixo da ponte.
Luizinho já era visto como “dono” do setor de saúde antes mesmo de assumir o cargo de secretário em janeiro deste ano. Ele também tem forte influência em municípios como Nova Iguaçu, por exemplo, para qual indicou o secretário Luiz Carlos Nobre, que deve estar sem dormir direito desde quando assumiu a Pasta, insónia que deve ter aumentado bastante com as investigações dos contratos sem licitação assinados por ele com as OSs IDEAS e IMP, através de “emergências fabricadas”, segundo entendimento expressado pelo Ministério Público em ação na qual a Justiça mandou suspender as contratações.
“Este apoio do MDB e do PP custa muito caro ao governador. É uma situação na qual eu não queria estar. São pesos grandes demais para serem carregados”, diz um prefeito da Baixada que não deixou o deputado indicar nome algum para a Secretaria de Saúde de seu município e não morre de amores por Reis.
A mesma opinião tem um membro da Bancada do PL na Assembleia Legislativa. “São alianças das quais eu fugiria em disparada”, afirma.