Decisão foi tomada a pedido do Ministério Público
● Elizeu Pires
Menos de um mês após autorizar uma operação de busca e apreensão em endereços do vereador Antônio Regio Gonçalves Dias, o Lela, no âmbito de inquérito aberto pelo Ministério Público para apurar suposta contratação de funcionário fantasma na Câmara Municipal de Volta Redonda, a Justiça determinou nesta terça-feira (28) o afastamento de um membro da Casa, o parlamentar Vander Temponi Faria, denunciado pelo MP pela prática conhecida como “rachadinha”.
A decisão foi tomada pelo Juízo da 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa, que acatou denúncia contra o político e mais quatro pessoas. Pelo que foi denunciado à Justiça, “o vereador estruturou uma organização criminosa para proporcionar o desvio de grande volume de dinheiro público”, o que, relata a ação, “era feito mediante a tomada sistêmica da maior parte do salário de servidores nomeados em seu gabinete, com entrega pessoal de valores em espécie, transferências em favor do próprio vereador”.
Os cinco denunciados vão responder pelos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e usurpação de função pública. O pedido de afastamento tem ligação com a Operação Prática Nefasta, realizada no dia 1 de junho por agentes do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MP (CSI), estiveram na residência e no gabinete do vereador Antônio Regio Gonçalves Dias, e em endereço do assessor Jorge Amado Oliveira Cunha, mais conhecido como Baianinho do Salão, que, pelo que foi apurado, foi nomeado no cargo de assessor comunitário, mas trabalha como cabelereiro.
A promotoria identificou 47 ocorrências de repasses de servidores ao vereador, entre janeiro de 2021 e julho de 2022. Foi apurado que os funcionários recebiam mais e R$ 7 mil mensais, mas ficavam com apenas cerca de R$ 1 mil.
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