Visto como refém de secretários, Castro bate na mesa, mas não convence: Para alguns aliados ele precisa usar a caneta com mão firme

● Elizeu Pires

A falta de firma do governador Claudio Castro em algumas situações preocupa seu verdadeiros aliados

“O governador só vai recuperar o comando do estado quanto exonerar o secretário de Transportes, por um freio do secretário de Saúde e aparar as asas dos presidentes do Detro e do Detran, dois órgãos sem controle, que estão com seus agentes nas ruas punindo peixes pequenos e deixando os tubarões das empresas de ônibus à vontade.”

A avaliação é de um membro do bloco de apoio do governador Claudio Castro na Assembleia Legislativa, que não anda nada satisfeito com o comportamento de que chama “indisciplinado e megalômano”, o ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, que se acha dono do governo e tem circulado pelas cidades prometendo apoio a pré-candidatos, comprometendo o governo estadual simplesmente porque não conseguiu impor suas vontades em alguns municípios.

Outro que incomoda em muito este e outros aliados, é Luiz Antônio Teixeira Junior. Dr. Luizinho já se achava dono da Saúde no estado mesmo antes de assumir ele mesmo a Pasta que já controlava antes através de um indicado. O jeito Luizinho de fazer política, na avaliação de quem se preocupa com Castro, gera mais adversários do que aliados. O que se comenta nos ambientes políticos é que municípios que não aceitam suas intromissões sofrem com atrasos das transferências dos repasses obrigatórios ao setor. No bloco de apoio há também quem tema que pese em Castro a suposta ligação do secretário com uma organização social que tem contratos milionários com várias prefeituras, o que deputado-secretário nega.

Esta semana Castro saiu em defesa de Washington Reis, dizendo que o secretário de Transportes está sendo demonizado. Quem conhece os métodos de Reis entende que o governador não sabe do que está falando. “A escolha deste nome para a secretaria foi um erro gravíssimo. Ele colocou no cargo uma pessoa a qual ele não tem coragem de tirar. Não vai ser o uso de um jatinho cedido por um empresário interessado em algum tipo de negócio com o estado que vai dar coragem a um governador que reputo como fraco demais para tomar uma decisão que contrarie Reis”, completa o aliado.

Quanto ao Detro e ao Detran, a insatisfação é de vários parlamentares. Principalmente de deputados com base na Baixada Fluminense, onde os dois órgãos têm feito operações estranhas que agradam em muito as empresas que operam com caminhões-reboques.

O Detro, que deveria fiscalizar as empresas que atuam nas linhas intermunicipais de transportes de passageiros, ignora os cacarecos com documentação atrasada, e coloca seus agentes para rebocar veículos particulares, o que é feito em escala maior pelo Detran, que age sem controle e ignorando a lei.

Para quem realmente é aliado, o governador vai ter que mostrar que é quem realmente manda, e precisa fazê-lo o mais breve possível.

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