Sucessão em Nova Iguaçu: Entrega da Secretaria Saúde de ‘porteira fechada’ pode não ser garantia de apoio político em 2024

● Elizeu Pires

Até abril de 2021 era do prefeito Rogério Lisboa o controle total da Secretaria Municipal de Saúde. A pasta tinha como titular o hoje secretário de Governo Manoel Barreto, que foi retirado do cargo para o setor ser entregue de “porteira fechada” ao deputado Luiz Antônio Teixeira Junior, o Dr. Luizinho, que há muito vinha fazendo pressão por tal intento. Rogério cedeu nomeando para comandar o setor um indicado de Luizinho, o médico Luiz Carlos Nobre Cavalcanti, tão fascinado pela gestão das unidades através de OSs – as organizações sociais ditas sem fins lucrativos – quanto seu padrinho.

Saúde entregue, o prefeito parece ter perdido o controle, e em março começou a festa das OSs em Nova Iguaçu, com contratos que passam de R$ 1 bilhão. Primeiro vieram as contratações emergências alvos de investigação do Ministério Público e denunciadas à Justiça, e depois as seleções públicas que só aconteceram porque o Poder Judiciário determinou. Do contrário as emergenciais apontadas pelo MP como fabricadas durariam até só Deus sabe quando…

Os contratos emergenciais somaram R$ 217,4 milhões e as seleções públicas vencidas pelas OSs Instituto de Desenvolvimento Ensino e Assistência à Saúde (IDEAS) e Instituto de Psicologia Clínica Educacional e Profissional (IPCEP), vão resultar em contratações no total de R$ 888,8 milhões.

Para observadores mais atentos, a entrega da rede municipal de Saúde ao controle do grupo do deputado Dr. Luizinho não acrescentou nada ao governo do prefeito Rogério Lisboa, a não ser desgaste, e pode não representar nada também em apoio político nas eleições de 2024, pois se Lisboa não ceder a uma indicação do parlamentar que pensa ser dono do município numa composição de chapa, a tendência seria ele pular para uma terceira via, que seria o deputado estadual Felipe Rangel Garcia, o Filipinho Ravis, chamado nos meios políticos de “Homem da Máscara de Papel.

Rogério ainda não revelou o nome do seu preferido para sucedê-lo. Deve ser mesmo muito difícil mesmo fazer prevalecer preferência quando se tem um “aliado” como Luizinho querendo mandar em tudo, segundo avaliam alguns amigos de verdade não ouvidos por Lisboa.

“Eu e outros amigos cansamos de alertar o prefeito sobre os riscos de entregar a Saúde ao controle do grupo de Luizinho. A entrega do Hospital da Posse a uma OS é um grande erro. As coisas só pioraram por lá, apesar dos gastos volumosos. Isso com certeza não vai terminar bem e a conta e os sacrifícios ficarão, como sempre, nas costas do povo sofrido de Nova Iguaçu”, diz um aliado de primeira hora do prefeito Rogério Lisboa.

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